Cultura

Schroeder terá exposição sobre “Africanidades” pela primeira vez

Em Schroeder, o tema é trabalhado na rede municipal e entre os dias 18 e 22 de novembro, no hall de entrada da Prefeitura, ficará aberta à visitação a exposição “Africanidades, durante o horário de expediente, com trabalhos do CEI Cristiane Zerbin e dos Jardins de Infância Chapeuzinho Vermelho e Abelhinha Feliz

13/11/2019

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A história da África e a cultura africana, mesmo sendo uma das que compõem a cultura brasileira, sempre ocupou uma posição quase imperceptível na área educacional. A sua influência, apesar de ampla, nunca possuiu o valor devido ou foi atribuída a importância correta.

Com a promulgação de leis que obrigam o ensino da História da África e da cultura africana na sala de aula, a educação brasileira ganhou um novo olhar e uma nova perspectiva. Contudo, dois fatores preponderantes ainda atrapalham o andamento satisfatório deste ensino: as resistências provenientes de preconceitos e a falta de formação específica dos docentes.

O ensino da cultura africana é complexo e exige muita desenvoltura dos docentes para ultrapassarem as barreiras da resistência dos pais e alunos, do racismo e em como lidar com ele no âmbito educacional, dos estigmas e em como desenvolver trabalhos gradativos que mudem a visão, a percepção e a ação dos seus alunos perante as temáticas que envolvam tal cultura.

Em Schroeder, o tema é trabalhado na rede municipal e entre os dias 18 e 22 de novembro, no hall de entrada da Prefeitura, ficará aberta à visitação a exposição “Africanidades, durante o horário de expediente, com trabalhos do CEI Cristiane Zerbin e dos Jardins de Infância Chapeuzinho Vermelho e Abelhinha Feliz. É o resultado de projetos desenvolvidos no semestre.

Segundo a orientadora escolar, Cleonice de Oliveira Lorencini, os trabalhos contaram com a participação dos pais e das professoras. Cleonice destaca o empenho das professoras e ressalta que a temática história e cultura afro-brasileira não deve se resumir à Semana da Consciência Negra.

Para ela, é preciso aprofundar o estudo que trata da história da África e da cultura africana e a sua difusão em sala de aula, abrangendo ações pedagógicas que possibilitem um trabalho eficiente e proporcione aos professores e alunos a promoção e produção de conhecimentos sobre africanidades e cultura afro-brasileira.

Cleonice explica que é a primeira exposição do gênero, em Schroeder, convidando a comunidade e escolares a prestigiar os trabalhos. O Moconevi – Movimento da Consciência Negra do Vale do Itapocu está dando suporte à iniciativa.

Livro perpetua a memória e história dos negros na região

Foi um trabalho iniciado em 2014, que demandou reuniões para coleta de informações e atividades de pesquisa para obtenção de material à produção da obra, pela Comissão de Resgate da História da População Negra de Jaraguá do Sul. O material recolhido resultou no livro “Memórias do Povoado Morro da África e a História dos Negros de Jaraguá do Sul, que será lançado no dia 21 de novembro, às 19h, na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, durante sessão solene em homenagem ao Dia da Consciência Negra.

O período de escopo do livro começa em 1876, com a chegada de Emílio Carlos Jourdan à região, até a década de 70 do século passado. São 250 páginas, com muitas entrevistas e informações que revelam detalhes sobre personalidades negras, como Manoel Rosa, o Manequinha. Os negros foram os primeiros a chegar, em número de 56, com o fundador de Jaraguá do Sul, Emílio Carlos Jourdan, em 1876.

O livro pode ser considerado um marco da valorização da população negra, que tem muita história e nem sempre teve o reconhecimento e o valor que merece. Outras etnias são exaltadas, como alemães, italianos, húngaros e poloneses, mas foram os afrodescendentes os primeiros a porem os pés na então Colônia Jaraguá, com Jourdan. A publicação perpetua a memória da descendência africana.

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