Colunistas | 10/07/2025 | Atualizado em: 10/07/25 ás 15:18

A felina e o OLX

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A felina e o OLX

Fui visitar meus primos. Mal sentei-me no sofá e o gato de 6kg pulou no meu colo. Parei de respirar na hora. Não é que eu não gostasse de gatos. É que por causa de uma bronquite, na infância, não pude conviver com pets. Aconteceria o mesmo, caso fosse um cachorro. O primo comentou: “Olha! Ele gostou de ti. Só vai perto de quem ele curte.”. Continuei congelado, enquanto o gato olhava na minha cara.

Passados uns meses, começou uma conversa lá em casa sobre termos um felino. Qualquer coisa que eu pedisse para a nossa adolescente, tipo, “Fecha a janela, que vai chover, por favor.”, ela respondia: “Quero um gato!”.

Como somos três pessoas, perdi a votação por 2×1. Nem sempre a democracia é boa – confesso que pensei.

Nos foi oferecida uma gatinha cinza. A família alegava dificuldades com adaptação e colocou a Berenice no OLX. Aceitava trocar por um aparelho celular usado.

Como ninguém se interessou, fomos buscar o combo: gata + caixa de areia + ração + arranhador + pote para água + cama.

A gatinha buscava aproximação comigo: eu assistindo futebol e ela encostada em mim. Tinha medo de colocar a mão nela. Pode ter sido falta de orientação quando criança. Devo ter puxado o bigode do gato do tio-avô, Jacinto, e ficado traumatizado com algum arranhão. Não lembro disso, mas foi a única explicação que achei.

Quando a gatinha derrubava alguma coisa, eu ameaçava: “Vou te colocar, de novo, no OLX!”. Uma visita perguntou:

– Você já colocou essa gatinha no OLX?

– Não! Tirei ela de lá!

Segui o clichê “o meu pai não queria o gato, mas…”. Hoje não consigo fazer nada sozinho. Sempre tem uma gata junto. Agora são três. Berenice, Olívia e Doralice.

Sempre tive agonia que encostassem na minha barriga. Mas houve um tempo em que as gatinhas insistiam em ficar sobre meu abdômen. Na sequência, descobri um problema sério de saúde, cuja cirurgia seria exatamente no local onde elas ficavam grudadas. Comprovando a tese do poder terapêutico dos felinos que tentam curar as dores dos humanos.

Quando levamos a Berenice da casa da antiga família, combinamos que seria um teste de um mês e que eles poderiam ligar quando quisessem notícias e/ou pedir o seu retorno, caso sentissem saudade.

Há sete anos, ninguém entrou em contato. Ainda bem. Nem tenho celular pra entregar.

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Marcelo Lamas

Marcelo Lamas Cronista, autor de 4 livros. Sou gaúcho radicado em Jaraguá, há 3 décadas, porém, estou mais para jaraguaense, nascido no RS. Frio, doces, cafés, gatos, livros, futebol e Coca-Cola são as minhas preferências.

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