Busca e apreensão em SC mira esquema de tráfico e lavagem de dinheiro com criptomoedas
Carros de luxo foram apreendidos com quadrilha suspeita de lavagem de dinheiro com criptomoedas Foto: Polícia Civil
A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou na manhã desta segunda-feira (22) uma operação contra uma rede suspeita de lavar dinheiro do tráfico de drogas usando criptomoedas. A investigação, conduzida pelo Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau, resultou no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Balneário Camboriú, Itapema e Porto Belo.
O caso é um desdobramento de uma investigação iniciada em 2023, quando a análise de celulares apreendidos revelou que parte do dinheiro obtido com a venda de drogas era disfarçado como lucro de operações com máquinas de mineração de criptoativos — um tipo de equipamento usado para gerar moedas digitais como o Bitcoin.
Segundo os investigadores, os envolvidos movimentaram mais de R$ 230 milhões ao longo do esquema. As máquinas utilizadas eram fornecidas por um quarto investigado, o que aponta para uma estrutura organizada de lavagem de capitais com aparência legal.
Mandados e apreensões
Diante das provas reunidas, o delegado responsável pelo caso solicitou à Justiça quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico dos investigados. Os pedidos foram analisados com parecer favorável do Ministério Público e autorizados pelo Poder Judiciário.
Na ação desta segunda-feira, a Polícia Civil apreendeu quatro veículos, aparelhos celulares, equipamentos eletrônicos, dinheiro em espécie e vasta documentação, que servirão para aprofundar as investigações e identificar outros possíveis envolvidos.
Tráfico digitalizado e desafios da investigação
Este caso chama a atenção por mostrar como estruturas criminosas vêm usando a tecnologia das criptomoedas não apenas para investir, mas para esconder a origem de recursos ilícitos. A mineração de criptoativos, embora seja uma atividade legal, pode ser explorada como fachada quando os recursos aplicados têm origem em crimes.
Conteúdos em alta
A operação reflete uma tendência crescente nos órgãos de segurança pública: acompanhar a digitalização do crime e adotar métodos técnicos para rastrear movimentações que antes passavam despercebidas pelas formas tradicionais de investigação.
Marcio Martins
Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão
