Santa Catarina | 13/10/2025 | Atualizado em: 13/10/25 ás 14:07

Espécie rara descoberta em SC está prestes a desaparecer; entenda

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Espécie rara descoberta em SC está prestes a desaparecer; entenda

Foto: Divulgação/Parque das Aves

Uma pequena perereca encontrada no Planalto das Araucárias, entre SC e PR, virou alerta para os impactos das atividades humanas no ecossistema da Mata Atlântica. Ela é a única do seu tipo em todo o Sul do Brasil e pode desaparecer com qualquer mudança no ambiente.

A perereca-rústica (Pithecopus rusticus) foi descoberta em 2008, durante um estudo de impacto ambiental para instalação de parques eólicos entre os municípios de Água Doce (SC) e Palmas (PR). Verde, com pernas alaranjadas, a espécie chamou a atenção de pesquisadores por suas características incomuns.

Ela foi descrita cientificamente em 2014 como Phyllomedusa rustica, e em 2016 passou a ser oficialmente denominada Pithecopus rusticus. É a única do gênero Pithecopus nos campos do Planalto das Araucárias. Mesmo com novas expedições, nunca foi encontrada fora da região original, o que a torna extremamente sensível a mudanças no ambiente.

A perereca-rústica é mais do que uma curiosidade biológica. Espécies de anfíbios como ela são usadas como indicadores naturais da qualidade ambiental, pois não sobrevivem em águas poluídas ou em ambientes degradados. A presença desse animal em determinada região indica que o ecossistema ainda está em equilíbrio.

Ela também tem papel importante no controle de populações de insetos, como mosquitos, ao se alimentar de centenas deles durante a noite. Esse controle biológico ajuda a evitar surtos de pragas e de doenças.

Perereca-rústica camuflada entre vegetação com pernas laranjas e corpo verde brilhante
Perereca-rústica em habitat natural no Planalto das Araucárias | Foto: Divulgação/Parque das Aves

Ameaças reais ao habitat

O ambiente ideal para a perereca são banhados bem conservados, sem pisoteio de gado, queimadas ou agrotóxicos. Mas a realidade já é bem diferente: áreas naturais da região têm sido degradadas por práticas agropecuárias e escavações.

Girinos da espécie são altamente vulneráveis à contaminação da água e à degradação ambiental, o que compromete diretamente a continuidade da população.

Para evitar a extinção da espécie, alguns exemplares foram levados para ambientes controlados, como o Parque das Aves. Nesses locais, os animais recebem cuidados especiais com o objetivo de reforçar a população e posteriormente serem reintroduzidos em locais mais seguros.

Esse tipo de iniciativa também visa reduzir a vulnerabilidade dos animais a doenças e garantir que seu papel ecológico seja mantido. Espécies como a perereca-rústica ajudam a manter o equilíbrio entre predadores e presas e evitam o desequilíbrio que pode ocorrer com a superpopulação de insetos.

Como isso impacta sua vida?

Preservar áreas naturais é garantir água limpa, equilíbrio ecológico e bem-estar humano. A história dessa pequena perereca mostra como até os menores seres são fundamentais para a vida como conhecemos.

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Maria Eduarda Günther

Jornalista em formação na FURB, nascida em Jaraguá. Cresci entre filmes, livros e peças teatrais. Após criar conteúdo para redes socias sobre Formula 1 e esportes descobri a paixão por jornalismo e a área de comunicação. Nunca perco a oportunidade de conhecer novos lugares e novas histórias por ai.

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