De Jaraguá do Sul ao Pacífico com CGs antigas: amigos da região encaram jornada de 8 mil km
5 amigos, 5 CGs bolinha e uma missão: sair de Jaraguá do Sul e chegar ao Pacífico com motos dos anos 80
Grupo de Jaraguá e Corupá se prepara para cruzar a América com CGs antigas - Foto: Divulgação/@bolinhasoceanicas
Cinco amigos da região de Jaraguá do Sul se preparam para embarcar, no dia 25 de dezembro, em uma jornada de aproximadamente 8 mil quilômetros até o Oceano Pacífico. A bordo de motocicletas CG “bolinha”, fabricadas entre os anos de 1978 e 1982, o grupo vai partir do litoral catarinense com destino ao deserto do Atacama, cruzando paisagens extremas, altitudes de quase 5 mil metros e fronteiras internacionais.
Mais do que uma simples viagem, trata-se de uma missão pessoal entre amigos que compartilham o gosto por aventuras sobre duas rodas, e que decidiram desafiar os limites da estrada, e das próprias motocicletas.
A missão começa no Natal
A expedição, batizada de Bolinhas Oceânicas, é formada por cinco amigos da região: Nick Vargas (49), empresário, Vita (59), empresário, Fred Minatti (43), mecânico, Lucas (26), torneiro, e Edson Adan (44), empresário. Moradores de Corupá e Jaraguá do Sul, eles compartilham o mesmo ponto de partida: o bairro Ervino, no litoral de Santa Catarina.
O nome da expedição faz alusão direta à travessia entre os dois oceanos, do Atlântico ao Pacífico, e ao modelo das motos, conhecidas como CG “bolinha” por seu formato arredondado típico dos anos 80.
As motos foram projetadas para uso urbano e deslocamentos curtos, com baixa potência e motores carburados, o que torna o desafio ainda maior. E é justamente isso que motiva os aventureiros.
Rota cheia de desafios e paisagens icônicas
O trajeto inclui cidades como Dionísio Cerqueira, Corrientes e Salta (na Argentina), a subida da Cuesta de los Bispos, Cachi, Cafayate, Santo Antônio de los Cobres, o Paso de Jama, San Pedro do Atacama e a famosa escultura da Mão do Deserto.
Conteúdos em alta
O ponto mais crítico será a travessia do Abra del Acay, trecho que ultrapassa os 4.900 metros de altitude, um teste duro para motores carburados, que sofrem perda de potência em grandes altitudes.
Ao todo, serão 18 dias na estrada até a chegada ao litoral do Pacífico, com retorno pelo Paso San Francisco.
Apoio local fortalece o projeto
A jornada também conta com o incentivo de empresas da região. A Poder Imóveis, com sede em Jaraguá do Sul, é uma das apoiadoras do projeto.
“O que nos motivou a apoiar foi o espírito autêntico da proposta. É uma aventura simples, feita com alma, que valoriza a amizade e o esforço coletivo. Isso está totalmente alinhado com os valores que a gente acredita”, destaca Charles Medeiros, diretor da empresa.
Viagem será registrada em tempo real
Apesar da simplicidade das motos, a viagem será registrada com tecnologia de ponta. O grupo criou o perfil @bolinhasoceanicas no Instagram, onde vai compartilhar relatos, imagens de drone, bastidores e vídeos diários.
As esposas dos viajantes também participam da jornada, oferecendo suporte com uma van Sprinter, reforçando o tom familiar e colaborativo da empreitada.
“Não é sobre conforto, é sobre liberdade”
Nick Vargas, idealizador da viagem, já cruzou os Andes diversas vezes, inclusive de bicicleta. Desta vez, o objetivo é mostrar que, com espírito de aventura, até uma moto simples pode levar longe.
“Não é sobre conforto, é sobre liberdade”, afirma Nick. “A vida não pode ser monótona. A gente tem que fazer coisas diferentes. Eu amo essa região dos Andes, já fui várias vezes, e agora vamos fazer isso de CG bolinha, só para brincar e aproveitar”.
Como isso impacta sua vida?
A história dos Bolinhas Oceânicas mostra que não é preciso ter a moto mais cara, o equipamento mais moderno ou uma superprodução para viver algo inesquecível. Basta vontade, amigos e coragem de fazer o inusitado. Uma aventura que começa em Corupá, mas que carrega o espírito de toda a região: ousadia, simplicidade e amor pela estrada.
Max Pires
Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.
