Palmeiras, em Rio dos Cedros: paraíso turístico próximo de Jaraguá do Sul sofre com crise na represa
Foto: arquivo pessoal
A menos de duas horas de Jaraguá do Sul, o distrito de Palmeiras, em Rio dos Cedros, sempre foi um dos destinos preferidos da região para quem busca natureza, esportes náuticos e tranquilidade. Mas o cenário mudou: a represa local, que abastece a Usina Palmeiras, está enfrentando sua pior seca da história, com nível de água abaixo do permitido por lei.
O impacto é direto na vida de moradores e turistas. Cancelamentos em hotéis e pousadas, margens secas, barcos encalhados e uma paisagem irreconhecível geram preocupação entre empresários, ambientalistas e a comunidade.
Turismo em colapso e prejuízos acumulados
A represa, que sempre atraiu visitantes com lanchas, jet skis e esportes aquáticos, vive um esvaziamento sem precedentes. Com a baixa do nível da água, estabelecimentos da região relatam redução drástica na procura por hospedagem e lazer.
“Fiquei encantada! É incrível. Local simples mas lindo, muita gente de jetski, lancha, stand up, canoa na água, casas com deques e rampas de acesso à água”, escreveu uma visitante há três anos. Hoje, esse cenário praticamente desapareceu.
A situação está afetando diretamente a economia local, que depende do fluxo turístico. Além disso, há reflexos na qualidade de vida de moradores e no abastecimento indireto da região.




Limite legal foi ultrapassado
Segundo relatos e registros técnicos, o nível da represa já ultrapassou o limite de rebaixamento fixado em 7 metros, o que configura descumprimento da legislação ambiental vigente e das normas estabelecidas pelo órgão competente.
Conteúdos em alta
Esse descontrole no nível da água está gerando impactos visíveis: áreas de vegetação expostas, margens secas, alteração no ecossistema e risco para espécies que habitam o entorno.
Moradores pedem providências urgentes
A população local está mobilizada e cobra resposta das autoridades. Um dos principais pedidos é a atuação do Ministério Público para:
- Verificar se as licenças ambientais estão sendo cumpridas;
- Avaliar responsabilidades da CELESC e demais envolvidos;
- Exigir medidas urgentes para regularização do nível da represa;
- Impedir novos danos ambientais, sociais e econômicos.
Patrimônio energético e ambiental da região
A Represa Palmeiras foi construída entre 1959 e 1963, com capacidade para acumular até 32 milhões de m³ de água, abastecendo a Usina Palmeiras, que gera 24 megawatts hora de energia. Essa estrutura é parte de um sistema que inclui ainda a Usina Rio dos Cedros e as barragens Pinhal e Rio Bonito.
Além da geração de energia, o complexo impulsionou o turismo, o comércio e o desenvolvimento de Rio dos Cedros, tornando-se também uma opção de lazer e contemplação para moradores de Jaraguá do Sul e cidades vizinhas.
Como isso impacta sua vida?
Mesmo estando fora do município, a represa de Palmeiras faz parte do cotidiano de muitas famílias de Jaraguá do Sul que frequentam o local para descanso, esporte ou negócios. A crise hídrica afeta diretamente a economia do entorno, reduz opções de lazer e compromete um patrimônio natural que também é nosso. Manter a pressão por soluções é essencial para evitar que esse destino tão próximo se transforme em uma paisagem de abandono.
Marcio Martins
Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão