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“As pessoas estão brigando por comida”, relata jaraguaense que mora na Austrália

Por conta do coronavírus, consumidores esgotaram os estoques por medo de uma escassez nos mercados. Jaraguaense comenta rotina no país

17/03/2020

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Morando há um ano em Sydney, na Austrália, o jaraguaense Bruno da Silva Valenga, conta que a disseminação do novo coronavírus tem provocado uma corrida nos supermercados para estocar alimentos em casa. 

Falta de comidas e itens básicos de higiene foram alguns dos produtos que os consumidores esgotaram os estoques nas últimas semanas por medo de uma escassez no fornecimento.

Segundo Valenga, a população acaba ficando muito eufórica por conta das Fake News e com receio que as medidas do governo italiano em fechar bares e lojas para conter o Covid-19 se aplique em solo australiano.

“A situação começou com a falta de papel higiênico, depois foram os produtos de limpeza e este fim de semana não havia mais carnes. Os produtos do dia-dia estão acabando”, comenta. 

                     

Apesar da situação, o jaraguaense comenta que não aderiu a prática e acredita que está sendo criado um pânico generalizado. “Eu estou comprando apenas o necessário, mas tem pessoas que estão brigando por papel higiênico e comida nos mercados”,relata.

Um desses casos ocorreu em um supermercado de Chullora, nos arredores de Sidney. Três mulheres entraram em luta corporal depois que uma delas encheu seu carrinho para conseguir os últimos rolos de papel.

Devido ao pânico criado pela pandemia, Bruno salienta que os supermercados estão sendo fechados mais cedo para poder repor os produtos.

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Ainda, segundo ele, algumas unidades estão estabelecendo um limite de duas embalagens por pessoa para garantir que mais clientes tenham acesso aos utensílios. 

Em uma entrevista coletiva, o primeiro-ministro da Austrália, Scoot Morrison, definiu o caso como “compras do pânico” e “desnecessárias”. “É importante que as pessoas sigam sua vida e seus processos normais de forma calma”, pediu Scott.

       

Rotina nas ruas

Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia de coronavírus, medidas de contenção foram realizadas para evitar que o vírus se dissemina.

O governo australiano anunciou no último domingo (15) que todas as pessoas procedentes do exterior deverão permanecer em isolamento de 14 dias para frear a propagação do novo coronavírus no país.”Todos os cruzeiros foram cancelados e algumas medidas de controle estão sendo feitas”, comenta Valenga.

Segundo o jaraguaense, o país está dando suporte para estabilizar a situação. Em Sidney, o governo disponibilizou Álcool em gel em espaços públicos e cartazes avisando sobre prevenção nos pontos onde há maior fluxo de pessoas. 

                             

Estação de trem vazio em  horário de pico | Foto: Bruno da Silva Valenga       

Medidas de contenção também estão sendo tomadas pelas empresas australianas. Conforme Bruno, a maioria das corporações estão seguindo as orientações do governo.”Aqui na Austrália é muito comum as pessoas trabalhar de casa, principalmente na minha área que é de tecnologia. Porém, não foi repassado nenhuma orientação ainda. É uma escolha se quiser fazer home office”, comenta.

De acordo com Valenga, as empresas que suspenderam o serviços foram escritórios em que funcionários contraíram o coronavírus. “A gente percebe que a rotina mudou. Hoje eu peguei ônibus e eles estavam mais vazios. As pessoas estão vivendo normal, porém, mais atentos”, comenta.

           

A Austrália registrou até o momento 269 casos e três mortes pelo COVID-19. Muitos dos casos positivos ocorreram de pessoas que viajaram para os Estados Unidos. 

Na última sexta-feira (13) o ministro do Interior da Austrália, Peter Dutton, anunciou que testou positivo para o novo coronavírus e entrou em quarentena em um hospital.

 

 

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