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Crueldade, falta de lar temporário e preconceito são os principais desafios da AJAPRA, em quase duas décadas de atuação

Saiba como ajudar

08/02/2021

A AJAPRA (associação jaraguaense protetora dos animais) faz um trabalho intenso de resgate de vítimas de maus-tratos e abandono.  Desde o início da associação, que começou em 2005, centenas de bichinhos já foram salvos da maldade humana.

As denúncias são recebidas na maioria das vezes pelas redes sociais e em seguida os voluntários se mobilizam para fazer o resgate. “Esses bichinhos são encontrados em situações terríveis, com muitas pulgas, carrapatos e até bernes (uma infecção causada pelas larvas da mosca varejeira), além da desnutrição, muitas vezes estão feridos ou com muitos problemas de saúde ”, comenta a presidente da Ajapra, Marilene Malheiro Bruch.

Depois do resgate, os animais são levados diretamente para uma clínica veterinária de Jaraguá e após os primeiros cuidados esses pets recebem abrigo e proteção em lares temporários, isto é, em casas da comunidade.

Os bichanos só vão para as feiras de adoção depois de bem recuperados.  “A Ajapra só leva para as feiras, os animais recuperados, castrados, vermifugados e vacinados”, garante Marilene. Os lares temporários recebem ração e tudo que é necessário para o bem-estar do animal.

As feiras são realizadas normalmente aos sábados, mas por conta da pandemia, a última feira aconteceu no dia 15 de março de 2020, ou seja, a praticamente um ano não há feiras de adoção, acarretando na superlotação dos lares temporários e diminuição dos donativos, sejam eles em ração, areia, medicamentos e até em dinheiro. 

Neste ano, se tudo correr bem, as feiras de adoção deveram voltar a acontecer a partir do dia 20 de março.

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Lar temporário

Apesar de toda assistência que a AJAPRA proporciona, a dificuldade é imensa em encontrar voluntários que ofereçam um lar temporário. “É muito difícil encontrar lares temporários, mesmo que a gente ofereça suporte, as pessoas não se habilitam, não se abrem para isso”, confessa a presidente. Em contrapartida, os voluntários que se disponibilizam ficam sobrecarregados, muitas vezes com até 10 animais sob tutela.

*O lar temporário é um abrigo até que o animal seja adotado. Nesse período, a ONG oferece tudo que é necessário para o animal.

Preconceito

Os animais também são alvos do preconceito humano. “Os mais carentes, idosos e sem beleza aparente são deixados de lado”, avalia Marilene.

Animais adultos ou de grande porte também demoram para serem adotados. “As pessoas querem filhotes e de preferência de pequeno porte. Quando a pessoa chega para adotar ela já diz que gostaria de um parecido com um ‘yorkshire’”, alega.

Bichinhos doentes também ficam mais tempo esperando por um lar.

 

Como ajudar

É possível ajudar a Ajapra de várias formas, uma delas é através da doação de tampinhas de plástico. Tampinhas de refrigerante, de margarina, geleia ou qualquer outra tampa de plástico servem para garantir a saúde dos animais.

Lacres das latas de alumínio também são bem-vindos. Além disso, a associação também aceita doações em dinheiro (na conta da AJAPRA)  e ração de boa qualidade para cães e gatos.

Caso você queira ajudar com medicamentos é só ir até a clínica Schweitzer, em Jaraguá, e realizar a doação de qualquer quantia para cobrir qualquer procedimento necessário para os animais da AJAPRA.

Para doações em dinheiro entre em contato pelas redes sociais da AJAPRA.

* A AJAPRA não possui sede física.

 

Vereadores propõem a criação de Centro de Bem-estar Animal, em Jaraguá do Sul

Uma das primeiras ações do mandato do vereador Luís Fernando Almeida (MDB) foi apresentar uma moção de apelo (nº 1/2021) ao executivo para a criação de um Centro de Bem-estar animal administrado pelas próprias ONGS de Jaraguá do Sul. Em 2016, quando foi vereador em exercício por um mês também havia pautado a questão.

De acordo com Luís Fernando, a ideia é construir uma estrutura digna, com apoio veterinário e um ambiente apropriado do ponto de vista de organização e higiene, mas o vereador argumenta que a iniciativa não deve ser confundida com depósito de animais. “Temos que ter em mente de que não é um depósito de animais, mas sim um abrigo temporário até que esses bichinhos encontrem um lar definitivo através da adoção”, adverte.

O vereador Anderson Kassner (PP) também fez uma indicação (nº5/2021) para a construção de um lar temporário para os animais com recursos da FUJAMA em terreno da prefeitura, sendo também endossado pela vereadora Nina Santin Camello (PP) e novamente por Almeida.

Kassner destaca que os recursos para a construção do Centro do bem-estar animal são provenientes da FUJAMA, não sendo retirados da saúde ou de quaisquer outras necessidades básicas. “A causa animal está na FUJAMA, então esses recursos não saem da saúde, mas sim através das multas ambientais que podem ser investidos nesta causa”, reforça.

Castrações

Em 2018, quando o vereador Anderson Kassner assumiu a prefeitura por 30 dias, substituindo o prefeito Antídio Lunelli e Udo Wagner, vice na época, em reunião com as ONGs do município e outros setores da prefeitura, conseguiu aumentar de 200 para 2.000 castrações e chipagens gratuitas, pagas pelo município.

Outro avanço foi o início da aplicação de recursos financeiros para cuidar das vítimas de maus tratos e abandonos. “É preciso enaltecer o trabalho das ONG’S e protetoras que atuam com muita dedicação no cuidado de cães e gatos”, finaliza Kassner.

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