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Maria Fumaça realiza passeio em Apiúna no final de semana

O passeio histórico cultural é organizado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária

16/10/2020

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Neste final de semana tem passeio de trem, Maria Fumaça. Mas não será na região Norte de SC e sim, em Apiúna, no Médio Vale do Itajaí. O passeio, que dura 45 minutos, se dá em um trecho de 6 km – antigo leito da extinta Estrada de Ferro Santa Catarina -, que funcionou de 1909 a 1971 – passando por um túnel de 68 metros de extensão, uma ponte em arco românico, bueiros, além de uma passagem superior.

Além das obras de arte, podem ser vistas das janelas dos vagões, as belezas naturais da região como a mata atlântica, paredões de pedra e as corredeiras do Rio Itajaí Açu. No trecho final do passeio, adentra-se na Usina Hidrelétrica de Salto Pilão.

Fica na Estrada Geral Subida, em Apiúna, acesso pela BR-470, na altura do Km 113, na cabeceira da ponte sobre o Rio Itajaí-Açu. Contatos podem ser feitos pelo telefone 9-8894-5527 (WhatsApp), código 47. O e-mail é contato@efsc.tur.br.

Saídas no sábado (17) às 13h e 14h e no dia 18, ao meio dia, 13h, 14h e 15h. O passeio histórico cultural é organizado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, que deve realizar em novembro (7 e 8) mais um evento.

 

Estrada de Ferro SC nunca chegou a ser completada e foi desativada em 1971

 

A Estrada de Ferro Santa Catarina foi uma ferrovia que cruzava o Vale do Itajaí, que quando inaugurada ligava as cidades de Blumenau a Warnow, em Indaial. Sua extensão máxima foi de 184 quilômetros.

Construída no início do século passado por descendentes alemães, a E. F. Santa Catarina foi inaugurada em 3 de maio de 1909 e desativada em 1971, sendo que sua última utilização foi na enchente de 1984 para atendimento às vítimas da catástrofe.

Seu projeto original era ligar o Porto de Itajaí até a Argentina, e se entroncaria com a linha Rio Negro – Vacaria em Ponte Alta (entre Curitibanos e Lages) e com a linha Itararé – Uruguai em Herval d’Oeste, até alcançar a fronteira em Dionísio Cerqueira. Porém, a linha jamais atingiu a Serra Geral, tendo Braço do Trombudo seu ponto máximo.

Foi uma ferrovia isolada, partindo do litoral (Itajaí) no sentido do interior, buscando as linhas da RVPSC, entretanto a linha tronco, Itajaí – São João (Agrolândia) nem o ramal, Subida (Apiúna) – Ibirama (antiga Hammonia ou Hamônia) atingiram esse objetivo.

No final da década de 1950 foi incorporada à RFFSA, porém os recursos para a expansão nunca chegavam. Isolada da malha nacional, foi caindo em desuso. Com a abertura do asfalto da BR 470, perdeu ainda mais importância, por se tornar antieconômica.

Pouco resta dos trilhos. Suas estações, na grande maioria, foram demolidas ou depredadas, pontes ruídas, e seu leito nas áreas urbanas cobertos pelo asfalto.

 

ABPF retomou em setembro passeios de Corupá e Rio Negrinho

 

Passeios turísticos isolados acontecem em pequeno trecho do que foi a ferrovia, como no final de semana. Diferentemente no Norte do Estado, passando pelo Vale do Itapocu, o ramal Mafra-São Francisco do Sul continua em operação apenas com trens de carga operado pela Rumo Logística e, algumas vezes no ano, a Maria Fumaça corta a cidade, causando curiosidade e saudosismo.

Além dos trens de carga, havia também o trem de passageiros e a litorina. Os mais vividos lembram-se disso. Os trilhos trouxeram o progresso a Jaraguá do Sul e cidades próximas, mas com o advento das rodovias asfaltadas, perderam a importância e tornaram-se empecilhos para o trânsito, em especial nos horários de pico. Os passeios com a Maria Fumaça, com a lendária Mallet 204 construída em 1950, foram retomados em setembro, entre Corupá e Rio Negrinho, passando pela serra, com seus túneis, pontes e montanhas. O último aconteceu nos dias 10 e 11 de outubro.

 

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