Projeto Lumiar lança aplicativo, mapa e livros produzidos em bairro de Jaraguá e Pomerode

Os bairros de Rio da Luz (Jaraguá do Sul) e Testo Alto (Pomerode) são feitos de memórias, sabores, lugares, celebrações e construções moldados pela herança da imigração europeia. É nesse cenário que desde 2018 a equipe do Projeto Lumiar busca entender o modo de vida, a história e as transformações ocorridas depois da chegada dos primeiros imigrantes à região. Agora, no dia 8 de outubro, entrega às comunidades os produtos resultantes de sua pesquisa: app para celular, mapa cultural turístico e dois livros.

Todas as ações tiveram foco na valorização do patrimônio cultural da região, como as cucas de Elia Maske, o strudel de Valmiria Hass, as casas enxaimel construídas no século 19, as festas de rei e rainha das sociedades de tiro esportivo e tantas outras manifestações singulares que ultrapassam gerações.

Junto aos moradores, foram formulados diversos produtos para reconhecer e divulgar representações da identidade cultural local, dentre eles a Rota Lumiar, trajeto que une os dois bairros por seus atrativos culturais turísticos. O público terá acesso ao roteiro por meio do mapa ilustrado em aquarela e de um aplicativo para celular, disponível para Android e iOS. Outros produtos resultantes da pesquisa são dois livros.

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O lançamento on-line, marcado para amanhã, 8 de outubro, é aberto ao público e os produtos serão disponibilizados simultaneamente na versão digital. Haverá, ainda, sorteios de produtos e serviços da região, como as famosas bolachas, hospedagens, passeios guiados, café rural, vale-compras, entre outros, oferecidos pelos participantes da Rota Lumiar.

O evento contará com a presença das comunidades participantes da pesquisa, do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), da IG/Copel e da Espaço Arqueologia.

Arquitetura, memórias e sabores estão registrados em dois livros

Dentre os produtos do Projeto Lumiar estão dois livros. “Morar na colônia: a arquitetura da imigração em Testo Alto e Rio da Luz” direciona o olhar para as técnicas construtivas utilizadas durante o período de imigração. No livro “Histórias à mesa: memórias e sabores do Rio da Luz e Testo Alto”, as pesquisadoras assumem lugar de escuta atenta e afetuosa para absorver as histórias envolvendo, sobretudo, a culinária.

“Moradoras e moradores do Rio da Luz e Testo Alto abriram as suas casas e partilharam suas histórias. Nossa escuta, somada ao rigor na pesquisa, possibilitou que as memórias se materializassem em registros e, coletivamente, produzimos documentos que valorizam o patrimônio cultural local.

Foi uma honra participar do Projeto Lumiar”, destaca Tade-Ane de Amorim, coordenadora do projeto e uma das escritoras da obra “Histórias à mesa”.

Nas semanas seguintes ao lançamento on-line, haverá a distribuição gratuita de cópias dos livros às comunidades envolvidas no projeto, além de escolas, secretarias de educação, prefeituras, bibliotecas e museus da região.

O lançamento pode ser acompanhado on-line no dia 8 de outubro, às 19h, via Google Meet, no link https://bit.ly/2ZPUDcC, tudo gratuitamente. Mais informações: https://www.projetolumiar.com.

Projeto é medida compensatória da linha da Copel Curitiba-Blumenau

O Projeto Lumiar surgiu como medida compensatória para o licenciamento ambiental, mecanismo indispensável para que se implantasse a linha de transmissão na faixa territorial Blumenau-Curitiba. O empreendimento pertence à empresa de transmissão e distribuição de energia elétrica Copel, e cruza o Conjunto Rural Rio da Luz e o Conjunto Rural Testo Alto, bairros tombados em 2007 pelo Iphan.

A equipe de pesquisa da Espaço Arqueologia realizou mapeamento da cultura imaterial referente a saberes, celebrações, lugares e formas de expressão das comunidades, documentados por meio de entrevistas, fotografias e peças audiovisuais.

Já para o levantamento arquitetônico, foram elaborados croquis de dez edificações históricas e seu entorno para ilustrar as técnicas construtivas presentes na região, junto a fotografias e relatos dos moradores. A população, em especial a mais idosa, participou ativamente da pesquisa, partilhando suas memórias e saberes.