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Coluna: Máscaras

O uso de máscaras como medida de prevenção ao Coronavírus passa a ser gradativamente adotado no Brasil, ainda que timidamente. Sim, porque a resistência tem sido maior. A incredulidade de muitos, que se negam a enxergar as evidências, preocupa. A ficha não caiu ainda para muita gente!

14/04/2020

Máscaras

Por Sônia Pillon

 

O uso de máscaras como medida de prevenção ao Coronavírus passa a ser gradativamente adotado no Brasil, ainda que timidamente. Sim, porque a resistência tem sido maior. A incredulidade de muitos, que se negam a enxergar as evidências, preocupa. A ficha não caiu ainda para muita gente! Teorias conspiratórias sobre o surgimento do vírus e a alegação de que “isso tudo é apenas política” são usadas exaustivamente pelos que preferem ficar à margem dos acontecimentos. É mais cômodo deixar tudo como está, se abstrair dos problemas, não é mesmo?

 

Por isso, parte da massa movediça da população se aglomera em locais públicos, nos mercados e farmácias, organizam festas e lotam as casas nos finais de semana. Não respeitam as orientações de higiene e ainda debocham dos que estão se prevenindo. Tomara que não se arrependam depois…

 

E é justamente por causa da falta de consciência (e da irresponsabilidade) dos que desafiam os esforços e os protocolos de saúde que estados e prefeituras, como Jaraguá do Sul, já decretaram a obrigatoriedade em utilizar máscaras caseiras. Iniciativa assertiva, considerando o risco de colapso no sistema de saúde.

 

Os dados referentes a infectados e mortes pela Covid-19 crescem a cada dia. E o pior é que se tratam de números subnotificados, que não representam a realidade. Além dos resultados de exames represados, quantos infectados deixam de fazer parte das estatísticas? Até a manhã do dia 14 de abril, oficialmente o país somava em torno de 24 mil casos confirmados, com mais de 1.350 mortos em consequência da doença. Porém, estimativas apontam que os números reais podem corresponder a 15 vezes mais do que o anunciado, o que é assustador!

 

Um lado positivo desse cenário? A valorização de profissionais de todas as esferas que atuam nos bastidores da pandemia, a proximidade possibilitada pelas redes, mesmo com o isolamento social, e as inúmeras ações de solidariedade.

 

De agora em diante, vendar o nariz e a boca deixou de ser uma imagem apenas associada a filmes ou fotografias das encantadoras e glamourosas máscaras do Carnaval de Veneza, ou mesmo de bailes e desfiles carnavalescos pelo mundo, onde a alegria contagiante e o senso crítico eram os ingredientes principais. Se antes as máscaras eram acessórios que via de regra remetiam à fantasia e à beleza, hoje se transformaram em artigos disputados a tapa para salvar vidas.

 

E as máscaras sociais a que as pessoas se submetem para atender as expectativas do status quo? Bem, essas permanecem sendo usadas e são variáveis de acordo com a ocasião e os interesses…

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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