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Toma lá, dá cá

Demitido, o secretário da Saúde, André Mota Ribeiro, dá lugar à deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania), amiga pessoal de Daniela e com as bênçãos do senador Jorginho Mello (PL)

01/04/2021

O governo interino de Daniela Reinher (sem partido) nasce fatiado e tutelado, com nomeações derivadas de influências externas de cunho político partidário, sem exceções. Demitido, o secretário da Saúde, André Mota Ribeiro, dá lugar à deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania), amiga pessoal de Daniela e com as bênçãos do senador Jorginho Mello (PL). Candidatíssimo a governador em 2022, e amigo íntimo de Jair Bolsonaro (sem partido), é o porta voz de Daniela em Brasília.   Zanotto já recusou convite de Moisés para assumir a Saúde. Disse que seria mais útil para Santa Catarina ficando em Brasília.

E segue o baile

Deputados Fernando Vampiro (MDB) e Altair Silva (PP) seguem na Educação e Agricultura. Thiago Vieira, da Infraestrutura, sai dando lugar ao ex-deputado Leodegar Tiskoski (PP). Que de 2007 a 2014, nos governos petistas de Lula da Silva e Dilma Roussef, foi Secretário Nacional de Saneamento Ambiental. Perdeu o cargo quando Lula acertou apoio do então deputado federal Paulo Maluf a Fernando Haddad (PT) para prefeito de São Paulo. Em troca da pasta. Tiskoski, com as bênçãos de Esperidião Amin (PP) de quem foi secretário dos Transportes, é indicação de Laércio Schuster (PSB), o único deputado a votar pelo impeachment de Moisés.

O fogo amigo

Na Casa Civil assume Gerson Schwerdt, cabo eleitoral de Mauro Mariani (MDB) no primeiro turno de 2018 e, no segundo, de Gelson Merísio (PSDB), à época no PSD. Ou seja, trabalhou contra Moisés e a própria Daniela. Ele é servidor de carreira e ex-Procurador Geral do Estado. Aí tem o dedo de Merisio e do empresário e amigo, Marcello Petrelli, presidente executivo do Grupo ND (rádio, jornal e TV). A expectativa é a de que no segundo julgamento de Moisés os quatro deputados que votaram contra o impeachment mantenham o voto (agora são precisos sete votos contra). Será o bastante para reassumir e demitir todo mundo.

Novo comando

A coordenação do Fórum Parlamentar Catarinense, que reúne os 16 deputados federais e três senadores de SC, agora é da deputada Ângela Amin (PP). Deixa o posto o deputado Daniel Freitas (PSL) dentro do rodízio anual entre os partidos representados no Congresso Nacional.

Schaeffer sai

Mesmo que o PP siga empoleirado no governo interino de Daniela Reinher (sem partido) o deputado José Milton Schaeffer (PP) entregou a liderança do governo na Assembleia Legislativa, função que exercia desde o atrelamento do partido a Carlos Moisés (PSL).

Mais um no PL

Deputado Sargento Lima (Joinville), 35.053 votos em 2018, com autorização do PSL e garantias da Justiça Eleitoral de que não perderia o mandato (as janelas partidárias ocorrem só em abril de 2022), foi de mala e cuia para o PL. Até porque o deputado Fabio Schiochet, presidente estadual do PSL, disse que quem não estivesse contente no partido que pedisse para sair. Ficha de filiação abonada pelo senador Jorginho Mello (PL), candidatíssimo a governador. Especula-se que Lima poderá ser o vice na chapa de Mello. Agora o PL tem uma bancada de cinco deputados na Assembleia Legislativa. Os outros são Ivan Naatz, Marcius Machado, Nilso Berlanda e Maurício Eskudlark. Mas, nenhum deles eleito em 2018.

O gato comeu?

Santa Catarina ainda quer saber onde foram depositados os R$ 33 milhões pagos adiantados pela compra de 200 respiradores importados da China e nunca entregues. E quem são todos os responsáveis pela compra fraudulenta além do governador, segundo o Tribunal Especial de Julgamento que o afastou do cargo por maioria de votos (6 x 4). Consta que R$ 14 milhões foram recuperados, mas ainda faltam R$ 19 milhões.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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