ABBA Voyage: um show sem banda, mas com emoção de sobra (e 65 milhões de pixels na sua cara)

Se Londres já é puro charme por si só, imagine adicionar ao roteiro uma viagem no tempo, um pouquinho de ficção científica e, claro, muito glitter sueco. Foi isso que encontramos no espetáculo ABBA Voyage: uma mistura de nostalgia, tecnologia e um tantinho de “me belisca que eu não tô acreditando”. Spoiler: não é só um show — é um divisor de águas no que entendemos por música ao vivo.
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O palco sem banda — mas com o ABBA inteiro (versão 1979)
Sim, você leu certo. Em ABBA Voyage, os quatro membros da banda não aparecem no palco — e, ao mesmo tempo, estão mais presentes do que nunca. A mágica acontece graças aos “Abbatars”, avatares digitais hiper-realistas que recriam o grupo nos seus anos de ouro, direto dos anos 70. E antes que você pense: “Ah, são hologramas tipo Tupac no Coachella”, já te avisamos: não são. O buraco aqui é mais embaixo (e mais tecnológico também).

Hollywood que lute: os bastidores de um delírio visual
Pra chegar nesse resultado que desafia até quem jura que “só acredita vendo”, foram necessárias cinco semanas de captação com os próprios integrantes do ABBA, vestidos com aquelas roupas coladas cheias de sensores (sim, tipo cena deletada de Avatar).
Com direção de coreografia assinada por Wayne McGregor (do Royal Ballet) e efeitos especiais da Industrial Light & Magic (lembra do George Lucas? Então), o resultado é um espetáculo de 90 minutos com 20 músicas icônicas, banda ao vivo e um show de luzes com mais de 500 focos. Ah, e o telão tem 65 milhões de pixels. Porque sim.

Uma arena só pra isso — e 3 milhões de corações derretidos
Pra abrigar toda essa megalomania bem executada, criaram uma arena exclusiva no leste de Londres, com espaço pra 3 mil pessoas e potencial pra virar turnê internacional (alô, exportação de nostalgia!).
Desde a estreia, mais de 3 milhões de pessoas já assistiram à mágica. E pra celebrar o terceiro ano do espetáculo, o setlist ganhou reforços de peso com “Super Trouper”, “Take A Chance On Me” e “Money, Money, Money”. Emoção? Temos.
Sem registros, sem distrações, sem TikTok: só você e o ABBA
Logo na entrada, vem o aviso: proibido filmar ou fotografar. Pode parecer excesso de zelo, mas ao final você entende o motivo. A experiência é tão imersiva que qualquer tela na frente só atrapalharia. Resultado: quase zero vídeos amadores circulando na internet. Um respiro em tempos de overshare.
Lágrimas, nostalgia e uma tecnologia que beira a feitiçaria
Se você cresceu ouvindo ABBA ou já gastou a garganta com um “Dancing Queen” num karaokê de respeito, prepare o lencinho. O show é uma injeção de memória afetiva com dose dupla de surpresa. Minha esposa, Érica, ficou encantada com cada detalhe — e olha que ela já me acompanhou em uns bons shows por aí.
A imersão é total: sem pausas, sem monotonia, com transições que fazem tudo parecer um só grande clipe nostálgico e futurista ao mesmo tempo. No fim, a gente sai meio atordoado — no melhor dos sentidos.

E aí, o que é música ao vivo em 2025?
ABBA Voyage abre espaço pra uma pergunta que vai além do fandom: o que vai significar “música ao vivo” daqui pra frente?
Se artistas vivos podem ser digitalizados, a tecnologia pode estender suas carreiras e até reverter aposentadorias musicais. Já tem gente de olho em “ressuscitar” nomes como Freddie Mercury e Amy Winehouse.
O único porém? Ainda não dá pra fazer isso com artistas que já partiram, a não ser que exista material visual suficiente pra reconstrução. Mas calma, o mercado tá de olho e o público… mais ainda.
Se você tem uma quedinha por música pop, tecnologia de ponta ou experiências culturais que valem cada centavo, ABBA Voyage merece entrar no seu planejamento de viagem.
É mais que um show: é um vislumbre de como a arte e a inovação podem andar de mãos dadas pra fazer a gente chorar, sorrir e dançar — tudo ao mesmo tempo.
Max Pires
Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.