Afinal, o que são aquelas ligações em que ninguém fala nada? Entenda as chamadas curtas

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Quem nunca atendeu uma ligação e, do outro lado da linha, “ouviu” apenas o silêncio? Em questão de segundos, a chamada cai. Essas ligações silenciosas e breves, cada vez mais frequentes no dia a dia de muitos brasileiros, têm uma explicação: elas fazem parte de um sistema automatizado conhecido como robocall.
O que são as robocalls, aquelas chamadas em que ninguém fala nada
As robocalls, ou chamadas de robôs, são ligações feitas por sistemas automáticos que disparam milhares de chamadas em sequência, sem que haja, necessariamente, um atendente humano pronto para iniciar a conversa. Elas costumam durar poucos segundos e, na maioria das vezes, são desligadas assim que alguém atende. Apesar de parecerem falhas ou enganos, essas ligações têm um objetivo bem definido.
Em muitos casos, essas chamadas curtas – com duração de até seis segundos – servem como uma espécie de “teste de vida”. A meta é verificar se o número está ativo e se há alguém disposto a atender. Ao fazer esse rastreamento, as empresas responsáveis conseguem alimentar suas listas de contatos com informações atualizadas, conhecidas como mailing lists. Isso facilita abordagens futuras, tanto para campanhas de telemarketing quanto para outras finalidades.
Processo das “chamadas curtas” pode ser abusivo
No entanto, quando esse processo é feito de forma massiva e sem controle, ele pode se tornar abusivo. Empresas de telesserviços, por exemplo, costumam utilizar softwares capazes de realizar um volume muito maior de chamadas do que a quantidade de atendentes disponíveis para responder às ligações. Quando todos os atendentes estão ocupados, o sistema simplesmente encerra as chamadas restantes, mesmo que o destinatário já tenha atendido.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem acompanhado esse fenômeno com atenção. Segundo dados obtidos por meio de investigações de inteligência fiscalizatória, em algumas operadoras, mais de 90% das ligações geradas duram até três segundos. Esse tipo de prática não só gera incômodo para os usuários como também sobrecarrega as redes de telecomunicações, comprometendo a qualidade dos serviços para todos os consumidores.
É importante destacar que o uso de chamadas automáticas, por si só, não configura irregularidade. Elas podem ter funções legítimas, como o envio de alertas de emergência, autenticação de sistemas, confirmação de operações bancárias e outras ações que não envolvem fins comerciais. O problema começa quando o volume de ligações supera a capacidade de atendimento e se transforma em uma prática invasiva.
Combate aos abusos
Diante disso, a Anatel tem buscado mecanismos para combater os abusos, identificando padrões de chamadas suspeitas e aplicando medidas contra empresas que não seguem as regras do setor. Enquanto isso, para o consumidor, a principal dica é ficar atento ao padrão dessas ligações e, sempre que possível, registrar reclamações nos canais oficiais.
E você: tem recebido ligações silenciosas com frequência?