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Após governo omitir dados, veículos de imprensa se unem para divulgar números reais da covid-19 no Brasil

Cinco veículos de imprensa irão buscar informações precisas dos casos com base no balanço das secretarias de saúde de cada estado e divulgar em suas plataformas. 

09/06/2020

Em tempos de pandemia onde uma avalanche de notícias falsas percorre pelas redes sociais, o jornalismo mostra a sua importância no combate as Fake News. Além disso, mostrar fatos e denunciar medidas de governos que contrariam as recomendações de especialistas tem sido uma atividade diária da profissão. 

Na última segunda-feira (8), cinco veículos de comunicação se uniram para buscar informações precisas sobre os números do novo coronavírus no Brasil após o Ministério da Saúde restringir o acesso a dados sobre a pandemia para a população e órgãos de imprensa. 

Equipes de jornalistas do “O Estado de S. Paulo”, “Folha de S.Paulo”, “O Globo”, “G1” e “UOL” irão coletar informações sobre o número de infectados e óbitos através das secretarias de saúde de cada estado do Brasil. Cada órgão divulgará o resultado em seus respectivos canais de comunicação. 

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Desde a saída do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, uma série de dificuldades foram encontradas. Primeiro, o horário de divulgação, que era às 17h, passou para as 19h e depois para as 22h.

A segunda alteração foi de caráter qualitativo. O portal no qual o ministério divulga o número de mortos e contaminados foi retirado do ar na noite da última quinta-feira.

Quando retornou, depois de mais de 19 horas, passou a apresentar apenas informações sobre os casos “novos”, ou seja, registrados no próprio dia. Desapareceram os números consolidados e o histórico da doença desde seu começo. Também foram eliminados do site os links para downloads de dados em formato de tabela, essenciais para análises de pesquisadores e jornalistas, e que alimentavam outras iniciativas de divulgação.

Entre os itens que deixaram de ser publicados estão: curva de casos novos por data de notificação e por semana epidemiológica; casos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica; mortes por data de notificação e por semana epidemiológica; e óbitos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica.

Nesse domingo (7), o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.

“É triste ter que produzir esse levantamento para substituir uma omissão das autoridades federais. Transparência e honestidade deveriam ser valores inabaláveis na gestão dessa pandemia. Vamos continuar cumprindo nossa missão, que é informar a sociedade”, afirmou João Caminoto, diretor de Jornalismo do “Grupo Estado”

 

 

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