Audiência decide por Comissão para discutir educação especial em Jaraguá do Sul
Comissão de pais reivindica profissionais mais qualificados
O plenário da Câmara de Vereadores esteve tomado pelos pais de crianças com deficiência e representantes de entidades sociais de Jaraguá do Sul na noite de quarta-feira (27) para acompanhar e participar da audiência pública que debateu a Educação Especial no município. A discussão conduzida pelas vereadoras Sirley Schappo e Nina Santin Camello buscou entender as realidades e as possibilidades do trabalho pedagógico com os alunos deficientes.
Além dos vereadores, fizeram parte da mesa a secretária da Educação, Ivana Atanásio Dias, o gerente regional de Educação, Fernando Alflen, a promotora da 7ª Promotoria de Justiça, Maria Cristina Ribeiro, a presidente do Conselho Municipal de Educação, Iraci Müller, e a presidente da Comissão de Pais da Educação Especial de Jaraguá do Sul, Juliana Guesser. Pais de deficientes e representantes de outras entidades filantrópicas também puderam usar a palavra para fazer seus questionamentos aos debatedores.
Por questões logísticas, o deputado estadual e representante da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesc, Vicente Caropreso, participou da audiência de forma online.
O tema que dominou o encontro foi a necessidade do segundo professor ou profissional qualificado de apoio em sala de aula, reivindicação da maioria das famílias que têm filhos deficientes matriculados nas redes de ensino em Jaraguá do Sul. Esse foi um tema já abordado no plenário da Câmara pelas duas vereadoras proponentes da audiência.
Hoje, a legislação federal obriga apenas a presença de profissionais cuidadores com nível de ensino médio, sem a necessidade de formação no ensino superior e habilitação como docente. Porém, o pedido das mães e das vereadoras é que esses funcionários sejam mais bem capacitados a fim de dar um olhar especial e uma educação mais qualificada aos jovens deficientes.
Comissão de pais reivindica profissionais mais qualificados
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Juliana Guesser, da Comissão de Pais da Educação Especial, lembrou que os profissionais que atendem os deficientes hoje na Rede Municipal de Ensino não têm a qualificação desejada pelos pais dos alunos. Ela adverte que, para estar no cargo, não basta apenas gostar de criança, “é preciso ter conhecimento”. Segundo ela, os cadeirantes, por exemplo, precisam de cuidados especiais, pois, caso sejam manejados de forma incorreta, podem sofrer consequências graves de saúde, como quebra de ossos.
Juliana também lembrou que alguns profissionais contratados hoje pelo Executivo Municipal não têm o português como língua materna e apresentam dificuldades em se comunicar. Além disso, a rotatividade deles nos postos de trabalho é muito grande.
“Não queremos um cuidador. Queremos um profissional que vai auxiliar no desenvolvimento da criança, ensiná-lo no manejo de situações sociais críticas, que auxilie nas brincadeiras com outras crianças, ensinando a respeitar os limites e facilitando o processo de interação social”, explicou.
A secretária Ivana afirmou que a Educação de Jaraguá do Sul é inclusiva e que a concepção disso pressupõe que os alunos com deficiência sejam ensinados pelos mesmos professores que os demais alunos, sem segregação. Ela ressaltou que o atendimento especializado é feito no contraturno das aulas e que, por isso, os profissionais que hoje atendem os estudantes com deficiência não são tão qualificados quanto as mães e pais gostariam que fossem.

Além disso, ela lembrou que a Secretaria da Educação conta com uma equipe multidisciplinar que dá apoio à Educação Especial. Contudo, Ivana reconheceu que a Secretaria pode rever a questão e promover mudanças que atendam os anseios das famílias.
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