Santa Catarina | 22/05/2025 | Atualizado em: 22/05/25 ás 15:14

Cannabis medicinal pelo SUS: nova lei em SC facilita acesso ao tratamento

Foto: Freepik

Desde março de 2025, pacientes de Santa Catarina passaram a ter acesso ampliado a medicamentos à base de cannabis por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A mudança foi implementada com a entrada em vigor da Lei Estadual nº 19.136/2024, sancionada em dezembro do ano anterior pelo governador Jorginho Mello, e representa um avanço significativo no atendimento a quem busca alternativas terapêuticas para o tratamento de diversas doenças.

Antes da nova legislação, o SUS em Santa Catarina fornecia medicamentos derivados de cannabis apenas para três condições específicas: síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gastaut e Complexo de Esclerose Tuberosa. Com a nova lei em vigor, o acesso foi estendido a pacientes com outras enfermidades, desde que haja prescrição médica e respaldo científico para o uso da substância.

Além da ampliação do público beneficiado, a legislação criou uma política de conscientização e capacitação sobre o uso medicinal da cannabis, incluindo ações como simpósios, cursos e parcerias com instituições especializadas.

Como funciona o fornecimento dos medicamentos

Desde sua implementação, a política pública tem sido coordenada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), que ficou responsável por adquirir medicamentos já industrializados ou provenientes de organizações autorizadas a cultivar ou importar produtos à base de cannabis.

A prescrição dos medicamentos é realizada exclusivamente por médicos habilitados, que devem informar os pacientes sobre os possíveis efeitos colaterais e garantir o consentimento livre e esclarecido. A distribuição segue os parâmetros da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), especialmente no que diz respeito à concentração de THC (Tetrahidrocanabinol).

O Governo de Santa Catarina destinou R$ 3 milhões no orçamento de 2025 para viabilizar a aquisição, distribuição e implementação da política de cannabis medicinal. A execução é acompanhada por uma Comissão de Trabalho para Uso Medicinal de Canabidiol, responsável por manter atualizado o Protocolo Estadual de Uso de Canabidiol.

Apesar do avanço representado pela nova lei, especialistas e parlamentares, como o deputado estadual Padre Pedro Baldissera, criticaram a regulamentação adotada, apontando que o decreto final impôs barreiras que dificultam o acesso efetivo aos medicamentos pelo SUS. Entre os principais entraves está o alto custo dos produtos, majoritariamente importados, com preços que variam entre R$ 2,5 mil e R$ 3,2 mil por frasco, o que inviabiliza o tratamento para grande parte da população, especialmente nas regiões mais afastadas dos centros urbanos.

Como isso impacta sua vida?

Para quem convive com doenças crônicas, raras ou de difícil tratamento, a vigência dessa nova lei representa mais acesso a possibilidades terapêuticas. Famílias que antes precisavam recorrer à Justiça ou pagar altos valores do próprio bolso, agora contam com o suporte do SUS.

Maria Eduarda Günther

Jornalista em formação na FURB, nascida em Jaraguá. Cresci entre filmes, livros e peças teatrais. Após criar conteúdo para redes socias sobre Formula 1 e esportes descobri a paixão por jornalismo e a área de comunicação. Nunca perco a oportunidade de conhecer novos lugares e novas histórias por ai.

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