Casal celebra bodas de prata na Schützenfest, 25 anos após se conhecer na festa
Nadia e Hernani celebram bodas de prata na festa onde se conheceram há 25 anos.
O beijo que selou o amor iniciado na Schützenfest, 25 anos antes. Uma história marcada pela tradição e continuidade.
O que era para ser apenas mais uma noite de chope e risadas com a sobrinha virou o começo de uma história de 25 anos. Foi durante a Schützenfest de 2000 que Nadia Micheluzzi Riegel, então com 20 anos, encontrou Hernani Riegel pela primeira vez. “Minha sobrinha olhou pra ele e falou: ‘Tia, olha que gatinho!’”, relembra. Mal sabiam que aquele momento no estande de tiro marcaria para sempre suas vidas.
Um beijo, nenhuma palavra
O encontro não teve conversa. “Foi algo tão forte que eu só cheguei pra cumprimentá-lo… ele me puxou e me deu um beijão!”. Eles ficaram do lado da porta de entrada do pavilhão, e não trocaram uma só palavra naquela noite. A sobrinha havia subido com o amigo dele para os camarotes, e os dois ficaram ali, num silêncio que selou o início da história.
Nadia havia ido apenas para acompanhar a sobrinha menor de idade, a Grasi, que mais tarde seria considerada por eles como “a madrinha dos 25 anos de namoro”. Ela não tinha planos, estava em casa por um período cuidando da mãe. Hernani, por outro lado, circulava com fitinhas de camarote, a febre da época.
Na manhã seguinte, Hernani já mandava mensagem chamando para passear no Parque Malwee. “Falei: você não dorme?”, brinca Nadia. No mesmo final de semana, Hernani pediu ela em namoro. “Respondi: com uma condição, não para mais na Artimanha!”
O pedido tinha um motivo. A loja Artimanha, na esquina da Reinoldo, perto do antigo Mime, era um ponto de encontro clássico de amigos em Jaraguá, especialmente nos domingos no fim da tarde. “A gente se reunia ali. Eu sabia como aquele lugar era movimentado, e não queria que ele ficasse batendo ponto por lá depois de me deixar em casa”, explica Nadia com bom humor.
Em menos de um ano, os dois estavam morando juntos. E, nove anos depois, em 31 de outubro de 2019, oficializaram a união no papel.
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A festa que nunca saiu da vida deles
Desde então, o casal não deixou de comparecer à Schützenfest em nenhum dos anos em que ela aconteceu. “Tudo é igual. A magia da amizade, da família, da festa em si… isso nos encanta”, resume Nadia. Mais do que um evento, a festa se tornou um ritual. A filha do casal, inclusive, herdou o amor pela festa e também carrega no sangue a tradição do tiro, vinda do Opa alemão, Seu Conrado Riegel Neto, e do sogro, todos envolvidos com a cultura e tradições germânicas.
“A baixinha é muito festeira!”, brinca a mãe. A Schützenfest virou referência familiar, com tradições que seguem sendo repetidas ano após ano, sempre com um olhar de memória afetiva para aquele primeiro encontro.
Outro detalhe curioso: Nadia trabalhava na empresa Karlache, que era responsável pela confecção das camisetas oficiais da barraca da Schützenkartoffel. Por isso, passava boa parte da festa ali, ajudando, convivendo e mergulhando no ambiente que se tornaria parte da sua própria história. “A pioneira Schutzenkartoffel! A Anica inigualável, só quem provou sabe”, comenta com orgulho. Para ela, a festa não era apenas vivida, era habitada por dentro.
25 anos depois, eles voltaram ao mesmo lugar para dizer “sim” de novo
No dia 14 de outubro de 2000, Nadia e Hernani se conheceram em meio à animação da Schützenfest. Exatos 25 anos depois, em 14 de novembro de 2025, eles retornaram ao mesmo cenário, agora para comemorar as bodas de prata. A data não coincidiu exatamente porque, naquela época, a festa era realizada em outubro; hoje, o calendário a coloca em novembro. Ainda assim, o reencontro com aquele espaço foi mais do que simbólico. Era como se o tempo tivesse dado uma volta para reuni-los ali de novo, no mesmo clima, com as mesmas emoções, só que agora cercados da família que construíram juntos.
Como isso impacta sua vida?
Nem todo amor nasce num altar. Alguns começam entre chope, bandinha e uma sobrinha que aponta um “gatinho”. A história de Nadia Micheluzzi Riegel e Hernani Riegel mostra que às vezes o improvável é só o início do que vai durar. A Schützenfest foi apenas o lugar, mas também foi o palco onde a vida deles resolveu começar. Celebrar as bodas ali não é uma homenagem ao passado. É a confirmação de que o amor, quando é de verdade, encontra seu caminho.
“Acreditem no amor. Acreditem na família”, diz Nadia. E completa: “Deus não demora, Ele capricha”.
Max Pires
Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.
