Família catarinense viajou até a Alemanha a bordo de um Zeppelin em 1935
Foto histórica mostra a família Hering antes do embarque no Zeppelin em 1935 Foto: Arquivo histórico Blumenau/fundação Hering
Em maio de 1935, uma família catarinense viveu uma experiência única: atravessar o Atlântico a bordo do lendário dirigível Graf Zeppelin, rumo à Alemanha. O relato, reproduzido na revista Blumenau em Caderno, repleto de detalhes emocionantes, foi escrito por Isolde Hering D’andrea, então com 19 anos, que viajou acompanhada dos pais, Curt e Hedwig Hering, membros da família proprietária da tradicional Indústria Têxtil Hering, de Blumenau. Curt Hering foi também prefeito de Blumenau.
Da estação ao céu: a preparação para o embarque
A aventura começou com uma longa viagem de Blumenau ao Rio de Janeiro, seguida por um trem especial até a base de pouso em Santa Cruz. O momento do embarque foi marcado por expectativa e emoção: “Jamais esquecerei esse momento”, descreve Isolde. O Zeppelin era imenso, elegante e diferente de tudo o que a jovem e seus familiares tinham vivido.

Durante o voo, os passageiros catarinenses presenciaram paisagens deslumbrantes do litoral brasileiro, com destaque para a Baía de Guanabara, vista de uma altura que a tornava ainda mais espetacular. A bordo estavam outros nomes conhecidos da região, como o Dr. Gottsmann, de Pomerode, e o jornalista Julius Wetzel, de Joinville.
Um cruzeiro aéreo inesquecível
O relato revela detalhes curiosos da vida a bordo: desde a cozinha eficiente até as cabines confortáveis, passando por almoços com pratos quentes e vinhos, enquanto flutuavam sobre o oceano. O dirigível chegou a atingir 120 km/h, com estabilidade surpreendente. A travessia do Equador foi celebrada a bordo com entusiasmo.
Isolde também conta sobre a chegada à Europa: Gibraltar, Espanha, Serra Nevada e, por fim, Friedrichshafen, onde foram recepcionados com alegria. A viagem, que durou cerca de 3 dias, marcou profundamente todos os passageiros.

Como isso impacta sua vida?
A história vivida por Isolde Hering e registrada com riqueza de detalhes é um lembrete da importância de preservar a memória histórica de Santa Catarina. O relato, publicado pela revista Blumenau em Cadernos e resgatado com o apoio da Fundação Hermann Hering, valoriza não apenas a experiência de uma família de Blumenau, mas a conexão cultural e emocional de uma região com os grandes feitos da humanidade.
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Marcio Martins
Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão