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Catarinenses presos em Brasília estão preocupados com falta de medicamentos
Quatro defensores públicos de Santa Catarina estiveram nas unidades prisionais para auxiliar os detidos
20/01/2023
Os catarinenses presos no dia 8 deste mês, na praça dos Três Poderes, em Brasília, a maioria com idade acima dos 50 anos, estão preocupados com a falta de medicamentos de uso contínuo para pressão arterial e diabetes.
Cerca de 50 moradores de Santa Catarina estão detidos nos Centros de Detenção Provisória e na Penitenciária Feminina do Distrito Federal.
Segundo a defensora pública estadual Fernanda Aparecida Rocha Silva, coordenadora do Nupep (Núcleo Especializado de Política Criminal e Execução Penal) da Defensoria Pública de Santa Catarina, os detidos apresentavam boas condições físicas e mentais.
Fernanda esteve na Capital federal junto com outros três defensores públicos catarinenses – um já tem atuação em Brasília junto aos Tribunais Superiores.
Os presos já passaram pelas audiências de custódias realizadas por juízes estaduais do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) e juízes Federais do TRF 1ª (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).
“Não encontramos nada que fugisse do que é encontrado no sistema prisional brasileiro. O agravante é que o centro de detenção provisória tinha capacidade para 1.200 presos e chegaram mais 900 pessoas sem o preparo prévio”, contou a defensora pública.
A coordenadora do Nupep ressaltou que a maior parte dos catarinenses detidos está na faixa etária com mais de 50 anos e relatou a falta de medicação de uso contínuo para pressão arterial e diabetes.
“Alguns contaram que tinham remédio suficiente para apenas dois dias. Estamos buscando contato com os familiares para poder enviar os medicamentos”, disse.
Segundo informações preliminares, foi prestada assistência jurídica individualizada para 31 pessoas, mas segundo Fernanda Aparecida, esse número deve passar dos 50.
A reportagem apurou que entre os presos estão o morador de Florianópolis, Orlando Ribeiro de Alencar, 59 anos, que segundo sua família foi preso antes de chegar a Brasília durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal e não teria participado da invasão às sedes dos Três Poderes.
Quem também está preso em Brasília é o catarinense Eduardo Gadotti Murara, 35 anos, conhecido pelo perfil nas redes sociais “Resistência Joinville”. Ele transmitiu ao vivo a invasão em Brasília.
Outros moradores de Santa Catarina que já passaram por audiência de custódia, conforme a reportagem apurou foram: Adelir Zoz, 55 anos, da cidade de Balneário Barra do Sul; Armando Prauze, 55, de Balneário Camboriú; Diego Fábio Dallabona, 38, Timbó; Everaldo José Marconsini, 50, de Blumenau; Jonastaniel Capistrano, 23, que mora em Doutor Pedrinho; Ditter Marx, 58, que reside em Joinville; Dirceu Luiz Schabarum, 53, do município de Nova Itaberaba; e Agenor Pisetta, 59.
De acordo com a defensora pública, alguns presos de Santa Catarina foram encaminhados para atendimentos psicossocial já que ainda não teriam assimilado o fato de estarem em um presídio.
Foram comuns reclamações de manifestantes que entraram nos ônibus que os levaram ao presídio sem saberem aonde estavam indo. Um deles se queixou de ter sido preso contra a sua vontade.
A defensora pública reforçou que não houve relatos de violência contra os presos. Sobre as denúncias publicadas pela imprensa nas quais os detidos estariam reclamando da refeição nas unidades prisionais, um deles de Santa Catarina que contou na audiência de custódia estar comendo apenas frutas, suco e toddynho desde domingo passado, ela disse que entre os catarinenses auxiliados pela DPE não houve protesto sobre o assunto. “Eles estão fazendo quatro refeições”, contou.
A DPESC criou um canal de comunicação aos familiares, através do e-mail brasilia@defensoira.sc.def.br e pelo telefone (48) 99170-4041.
Conteúdo postado por ND+
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