Cemitério ecumênico do bairro João Pessoa: Um legado de vida e morte (1916-1939)

“Cemitério Ecumênico do Bairro João Pessoa: Um Legado de Vida e Morte (1916-1939)” é um minucioso levantamento histórico, fruto da dedicada pesquisa da Dra. Astrid Eggert Boehs, moradora de Florianópolis e natural de Jaraguá do Sul. Este trabalho tem como objetivo resgatar e preservar a memória dos pioneiros da outrora Estrada Itapocuzinho, hoje Bairro João Pessoa, em Jaraguá do Sul.
A pesquisa da Dra. Astrit Eggert Boehs, abrange o período de 1916 a 1939, e se fundamenta em registros civis e eclesiásticos das Igrejas Evangélicas Luteranas de Jaraguá do Sul e Guaramirim, além de um cuidadoso trabalho de campo com a documentação fotográfica dos túmulos remanescentes no Cemitério Ecumênico.

Este estudo não apenas cataloga os sepultamentos, mas também oferece um valioso panorama sobre a história da colonização da região, as práticas de registro da época e as condições de vida da comunidade. Ao trazer à luz os nomes e as histórias daqueles que lançaram as bases para o desenvolvimento local, a Dra. Astrid presta uma homenagem à memória coletiva e contribui para o entendimento de nossas raízes.  

Fontes e conteúdo relacionado – O documento “Sepultamentos do Cemitério Ecumênico do Bairro João Pessoa” é um levantamento dos sepultamentos realizados no período de 1916 a 1939. O objetivo principal é contribuir para a preservação da memória dos primeiros habitantes da área, anteriormente conhecida como Estrada Itapocuzinho.
O levantamento tem como fontes o registro civil e os registros de enterros encontrados nas Igrejas Evangélicas Luteranas de Jaraguá do Sul e Guaramirim. Além disso, o cemitério foi visitado para fotografar os túmulos antigos ainda existentes.
O documento reconhece que o levantamento pode não ser completo e se mostra aberto a correções e inclusões de nomes ausentes.

Histórico e situação atual do cemitério – A localidade de Itapocuzinho II, também conhecida como Estrada Itapocuzinho, começou a ser colonizada por volta de 1890, através da venda de lotes da Companhia Colonizadora Hamburguesa. Em 1980, a localidade passou a ser denominada bairro João Pessoa, pertencente ao município de Jaraguá do Sul. Desde o início da colonização, os colonos se preocupavam com a escola, assistência espiritual e o cemitério.
A fundação da Comunidade Evangélica Luterana, ligada à Paróquia de Jaraguá, ocorreu em 1914. Havia uma escola-igreja na localidade, e um local para o cemitério foi providenciado. O primeiro sepultamento ocorreu em 1916. Atualmente, o cemitério é administrado pela Sociedade Ecumênica João Pessoa, e pessoas de todas as religiões podem ser sepultadas nele.
O documento apresenta um quadro com os sepultamentos realizados no Cemitério Ecumênico no período de 1916 a 1939. As informações incluem o nome do sepultado, data de óbito, filiação, religião e profissão, familiares diretos, data e local de nascimento, idade ao falecer, local de moradia, causa da morte, declarante no registro civil e o pastor que realizou o enterro.
O documento também apresenta considerações sobre os registros de óbitos, como a falta de especificação da causa da morte nos registros civis até 1925, a presença de atestados médicos a partir de 1927, e as diferenças entre os registros civis e os registros pastorais.
Além disso, inclui um quadro com o local de nascimento dos sepultados, mostrando a origem dos imigrantes e a proporção de nascidos na própria Estrada Itapocuzinho.
O documento finaliza com as referências bibliográficas e um anexo de fotos dos túmulos do Cemitério Ecumênico do Bairro de João Pessoa.
Considerando o conteúdo do texto “Sepultamentos do Cemitério Ecumênico do Bairro João Pessoa”, podemos tecer algumas considerações finais que sintetizam sua importância e relevância:
Resgate da Memória: O trabalho da Dra. Astrid Eggert Boehs se destaca como um esforço fundamental para resgatar a memória dos pioneiros da região de Jaraguá do Sul. Ao documentar os sepultamentos, o estudo preserva a história de indivíduos que desempenharam um papel crucial na formação da comunidade local.
Valor Histórico e Genealógico: O levantamento possui um valor histórico significativo, fornecendo informações sobre a colonização da área, os nomes dos primeiros moradores e suas origens. Além disso, representa uma fonte de dados valiosa para pesquisas genealógicas, permitindo que descendentes rastreiem suas raízes e conheçam a história de seus antepassados.
Documentação das Práticas Funerárias: O texto também oferece insights sobre as práticas funerárias e os registros de óbitos da época. As observações sobre a ausência de assistência médica em muitos casos, as causas de morte registradas pelos pastores e as dificuldades no registro civil revelam aspectos sociais e culturais do período estudado.  
Relevância Interdisciplinar: A pesquisa possui relevância para diversas áreas do conhecimento, como história, sociologia, antropologia e demografia. Os dados coletados podem ser utilizados para estudos sobre migração, saúde, religião e outros temas relacionados à história da comunidade local.
Reconhecimento da Diversidade: O estudo reconhece a diversidade religiosa da comunidade, evidenciada pelo caráter ecumênico do cemitério. Essa característica reflete a pluralidade cultural e religiosa presente na formação da sociedade de Jaraguá do Sul.  
Em suma, o texto “Sepultamentos do Cemitério Ecumênico do Bairro João Pessoa” representa uma contribuição valiosa para a preservação da história local, oferecendo um panorama sobre a vida e a morte dos primeiros habitantes da região e fornecendo dados relevantes para diversas áreas de estudo.
Em 13 de abril, o documento histórico da pesquisa e um banner, foi entregue à Comunidade Evangélica Luterana no Brasil, no bairro João Pessoa, durante o culto dominical.