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Coluna: A novela Luciano Hang

Quem segue mais de perto o histórico “balcão de negócios” que permeia as eleições no país percebe que a popularidade de Hang transcende a uma simples filiação partidária, não se limitando à sua própria vontade

22/03/2022

Aos olhos do eleitor menos avisado, o empresário Luciano Hang, dono da Havan, começa mal a sua caminhada como provável candidato a cargo eletivo, no caso, o Senado, ao refutar pela segunda vez o anúncio sobre qual partido vai se filiar. Na verdade, quem segue mais de perto o histórico “balcão de negócios” que permeia as eleições no país percebe que a popularidade de Hang transcende a uma simples filiação partidária, não se limitando à sua própria vontade.

PL e PP pressionam

Hang, que esteve com um pé no Republicanos e só não foi por conta da filiação do governador Carlos Moisés, é pressionado pelo presidente e amigo, Jair Bolsonaro, para ingressar no PL e apoiar o senador Jorginho Mello para governador. De outro o Progressista- leia-se Esperidião Amin -, bolsonarista por interesse, quer que o presidente convença Hang a se filiar no PP. Viabilizando a mulher e deputada, Ângela Amin, como vice de Mello. E, aí, tudo certo, sem conflitos.

Prefeitos deixam o PL

Hang afirma que não vai para um partido com candidato a governador. E já teria dito isso ao senador Jorginho Mello. Que depende- e muito- da popularidade do empresário, já que o PL tem sofrido com a deserção de prefeitos rumo ao Republicanos de Carlos Moisés. Só no sábado (19) foram 30 prefeitos e vices que deixaram o PL, PSL e DEM.  Mas, o dono da Havan, que está em viagem internacional de negócios, dá as cartas e joga de mão.

Eleições

  • Na bancada do MDB da Assembleia Legislativa, depois de frustradas todas as investidas para ter o governador Carlos Moisés (Republicanos) no partido, está decretado: agora, é cada um por si e salve-se quem puder. Ou seja, todos tratando da própria reeleição.
  • Na agenda do senador Dario Berger, de saída do MDB, consta viagem a Brasília amanhã (23). Não para sessão no Senado e, sim, para filiação no PSB. Junto com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que será o candidato a vice-presidente na chapa de Lula da Silva.
  • O partido Novo muda a estratégia para as eleições de 2022. Em 2018 foi para as urnas com apenas dois candidatos à Câmara dos Deputados. Emplacou um, com 27.443 votos, o menos votado dos 16 eleitos. Agora anuncia 16 candidatos, o e número de vagas para SC.
  • No MDB, a proposta é regionalizar a lista de candidatos. Para deputado federal: um a cada 300 mil eleitores. Para deputado estadual, um a cada 125 mil eleitores. Ou seja, 17 federais (16 em 2018) e 41 estaduais (32 em 2018). Ao todo, 58 candidatos nas eleições proporcionais.
  • Aos 74 anos, o senador Esperidião Amin (PP) não demonstra apetite para nova disputa pelo governo de SC. Governador duas vezes, acumula três derrotas na família nesta disputa, todas contra o MDB: em duas, ele próprio para Luiz Henrique da Silveira (2002 e 2006). Antes, em 1994, com a mulher e deputada Ângela Amin, contra Paulo Afonso Vieira.
  • Sem agenda revelada- e, segundo sua assessoria, para roteiro pelos ministérios em Brasília, a vice-governadora Daniela Reinher (PL), sem voz no governo de Carlos Moisés (Republicanos), foi pedir as bênçãos do presidente Jair Bolsonaro (PL) para se candidatar a deputada federal.
  • As mulheres que queiram fazer laqueadura ou outro tipo de esterilização, não precisam mais de autorização do marido. Pode parecer um absurdo, mas era a lei vigente até agora. Projeto de lei da deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania), já aprovado, pôs fim a tal aberração.
  • Dois partidos dos chamados “grandes” em SC, provavelmente não terão candidatos a governador:  o PSD, onde Raimundo Colombo e João Rodrigues se atropelam, e o PP de Esperidião Amin. O PSD pode até ir para as urnas como vice de Gean Loureiro (União Brasil) com o PP dependurado na chapa de Jorginho Mello (PP). Isolando MDB e Republicanos.

PL filia deputados federais

Deputados federais Daniel Freitas, Caroline De Toni e Coronel Armando, todos eleitos pelo PSL em 2018, já estão no PL com as bênçãos do presidente Jair Bolsonaro. Agora, o PL catarinense tem três federais (mesmo número do MDB), embora nenhum eleito pelo partido, oito estaduais, a vice-governadora e um senador. A mudança, via janela partidária, aconteceu no sábado (19), em Brasília.

Nomes em perspectiva

Cinco prefeitos eleitos em 2020 (quatro reeleitos) mostram disposição para renunciar a seus mandatos e entrar na disputa para governador do Estado: Antidio Lunelli (MDB), Gean Loureiro (União Brasil), que já marcaram a data de 31 de março para deixar seus cargos; Fabrício Oliveira (Podemos), João Rodrigues (PSD) e Joares Ponticelli (PP), mesmo que, neste caso, a possibilidade seja remota. Eles representam, respectivamente, Jaraguá do Sul, Florianópolis, Balneário Camboriú, Chapecó e Tubarão.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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