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Coluna: A presidenciável do MDB

No caso do MDB, o partido nunca elegeu um presidente da República pelo voto direto.

14/12/2021

A senadora Simone Tebet (MDB/MT) junta-se a nomes da chamada “terceira via” para tentar romper a polarização da disputa presidencial em 2022, entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT).

Mas a movimentação é vista como um jogo de cena do MDB, sem um nome nacionalizado para o embate. Na lista já estão Ciro Gomes (PDT) e Sérgio Moro (Podemos), entre outros menos cotados. Gomes, que já serviu aos governos de Itamar Franco (PRN), Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) como ministro, foi o terceiro mais votado em 2018, quando entrou na disputa pela primeira vez.

No caso do MDB, o partido nunca elegeu um presidente da República pelo voto direto. Tancredo Neves e José Sarney foram eleitos indiretamente, pelo Congresso Nacional. Michel Temer era o vice de Dilma Roussef.

Por enquanto, só um

Candidato declarado, mesmo, ao governo do Estado em 2022 até agora só tem um, é o senador Jorginho Mello (PL), também dono do partido em SC. Nos demais, ainda não se viu um nome sequer capaz de liderar o processo.

Ao contrário, quase todos se mostram dispostos a acender uma vela a Deus e outra ao Capiroto, desde que isso possa se traduzir em vitória nas urnas. Com isso, exceto os detentores de mandatos eletivos que, por direito, podem disputar a reeleição, a lista de pretendentes ao Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa vai ficando em segundo plano. Causando crises de hipertensão.

Me engana, eu gosto!

Senador Esperidião Amin (PP) destaca em sua página do Facebook que votou contra projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados restabelecendo a propaganda gratuita dos partidos políticos no rádio e na televisão.

“É gratuito para o partido, não é gratuito para a sociedade”, disse o senador, lembrando que tudo é pago pelos contribuintes. De fato, incluindo nesta conta os privilégios concedidos a políticos (e por eles mesmos) no exercício do mandato.

Loureiro no Vale

Pré-candidato a governador, o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (União Brasil), tem investido politicamente no Vale do Itapocu. Conversa com o prefeito de Guaramirim, Luiz Antônio Chiodini (PP) mas manifesta desejo de aliança com o prefeito de Jaraguá do Sul, Antidio Lunelli (MDB).

“Não fecho portas para ninguém, sou político de convergência”, disse Loureiro, sugerindo como “ideal” uma aliança entre MDB, União Brasil, Podemos e PSD. Uma espécie de tríplice aliança ampliada e engendrada na reeleição de Raimundo Colombo (PSD).

O livro da CPI

Deputado Ivan Naatz (PL), que propôs e foi relator da CPI que investigou a compra dos 200 respiradores por R$ 33 milhões, pagos antecipadamente e nunca entregues, é autor de livro que será lançado amanhã (15) na Assembleia Legislativa.

Naatz revela detalhes de toda a apuração feita pela CPI em torno do polêmico negócio envolvendo membros do primeiro escalão do governador Carlos Moisés (sem partido). Obviamente, a intenção é usar a publicação como material de campanha à sua reeleição em 2022. Nada mais que isso.

Liberado, mas não depositado

Já se passaram três meses e muito pouco dos R$ 465 milhões repassados pelo Estado ao governo federal para obras em rodovias federais, entre elas a 280 e 470, já caiu na conta das empreiteiras. Até ontem (13), míseros R$ 7,4 milhões para as BRs 163, 280 e 470.

Em outubro deveriam ter sido liberados R$ 31 milhões, mais R$ 47 milhões em novembro e o restante de R$ 125,8 milhões em dezembro. Do total previsto para 2021, R$ 71 milhões para a BR-470, por força do lobby político e empresarial. E míseros R$ 12 milhões para a BR-280.

Já são dezenas de ofícios trocados entre as partes para que o emaranhado burocrático seja superado. Para piorar, há poucos dias o governo cortou R$ 40 milhões que já estavam empenhados para obras nas rodovias BR-470 (Vale do Itajaí) e BR-163, no Extremo Oeste.

Ontem e hoje

Eis mais um exemplo do que seja a política na prática: em 2018, o deputado federal Carlos Chiodini (MDB) levou 508 preciosíssimos votos em Gaspar.

Mas, agora o prefeito reeleito, Kleber Wan Dall (MDB), resolveu se candidatar a deputado estadual em dobradinha com Jean Kuhlmann (PSD), da vizinha Blumenau e que pretende vaga na Câmara dos Deputados. Com apoio da Igreja Assembleia de Deus. Kuhlmann era suplente e assumiu na AL no começo deste ano. Em 2018, fez 1.734 votos em Gaspar.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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