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Coluna: Criança merece ser tratada com dignidade e amor

Estamos no Mês da Criança, época em que enaltecemos a importância de criar e educar com zelo os pequenos seres que iniciam seus primeiros passos, sob a tutela de pais, ou responsáveis. E essa condição nos conduz a reflexões. É possivelmente o período mais doce da vida, quando a criançada…

15/10/2023

Estamos no Mês da Criança, época em que enaltecemos a importância de criar e educar com zelo os pequenos seres que iniciam seus primeiros passos, sob a tutela de pais, ou responsáveis. E essa condição nos conduz a reflexões. É possivelmente o período mais doce da vida, quando a criançada desperta para a ludicidade e embala sonhos para o futuro. Pelo menos, é o que deveria acontecer…

Mas infelizmente essa não é a realidade de milhões de crianças pelo mundo, que estão perdendo a infância e têm seus sonhos interrompidos pela guerra, em situação de extrema vulnerabilidade, ao perderem pais, cuidadores e a presenciarem mortes e atrocidades. Sim, uma infância roubada! Guerras como as travadas entre Ucrânia e Rússia, e há uma semana, envolvendo israelenses e palestinos, que apontam para batalhas sangrentas.

E no meio de tudo isso estão os civis da Palestina e de Israel. Mulheres, crianças e idosos são os mais fragilizados, indistintamente. Como “comemorar” a morte de inocentes? A dor de uma mãe israelense é a mesma dor da mãe palestina ao enterrarem seus filhos. E quem pensa o contrário perdeu o senso de humanidade!

Não é hora de polarizar e discriminar grupos étnicos. É preciso “separar o joio do trigo”, distinguindo ações extremistas sem generalizar.

É urgente que se abram corredores humanitários para que organizações não governamentais (Ongs), como Médicos Sem Fronteiras (MSF), Cruz Vermelha e a UNHCR/ACNUR (Agência ONU para Refugiados) cumpram o papel de minimizar a dor de populações desprotegidas. Que o direito internacional, que garante assistência médica, alimentação e dignidade aos civis, seja respeitado.

Segundo dados divulgados pela UNHCR/ACNUR, dos 10,7 milhões de refugiados que acessam o serviço de proteção, 4,4 milhões são crianças. “Hoje, as crianças representam 40% do total de pessoas deslocadas à força”, de acordo com a Ong. Entre 2015 e 2021, violência sexual e casamento infantil foram os principais riscos reportados. Em 2022, quase metade das crianças refugiadas estava fora dos bancos escolares. Um exemplo triste ocorre no Chade, onde mais de 1,3 milhão de crianças sofrem de desnutrição aguda.

É preciso permitir que esses pequeninos voltem a ser crianças onde quer que estejam, e uma das maneiras é doar o que puder para instituições sérias, no Brasil e no mundo.

Que a mesma corrente de solidariedade que mobiliza e sensibiliza os brasileiros em catástrofes ambientais se estenda a essas crianças de olhar triste e desalentado, para que voltem a ter esperança. Toda a criança merece ser tratada com dignidade e amor.

 

 

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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