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Coluna: Nada de novo no front

O MDB é o maior partido de Santa Catarina- 185 mil filiados, 96 prefeitos, 800 vereadores, mas há anos não consegue superar egos inflados para credenciar-se unido a uma eleição para governador

07/06/2022

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Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

Do que adianta um time ser o melhor em campo se não marcar gols? Na política, não é diferente. O MDB é o maior partido de Santa Catarina- 185 mil filiados, 96 prefeitos, 800 vereadores, mas há anos não consegue superar egos inflados para credenciar-se unido a uma eleição para governador. O último eleito foi Luiz Henrique da Silveira, em 2006, quando nem ele era unanimidade no partido. Antes de LHS, Paulo Afonso Vieira (1994) e Pedro Ivo Campos (1986). Performance não mais que razoável visto a maioria numérica comparado a outros partidos.

Pela sobrevivência

Defensores de Antidio Lunelli (e ele próprio) jogaram a toalha. Com fraturas expostas desde o desastre eleitoral de 2018 quando da candidatura forçada do ex-deputado Mauro Mariani. Longe disso, embarcaram na canoa do governador Carlos Moisés (Republicanos), foi uma questão de sobrevivência política. Em troca da vaga de vice. Fala-se em Rose Maldaner, ex-prefeita de Maravilha e mulher de Celso Maldaner, presidente do MDB; Udo Döhler, ex-prefeito de Joinville, e Moacir Sopelsa, presidente da Assembleia Legislativa.

O garçom da festa

Mas ainda há resistências. Soa como um revide a postura do deputado federal Rogério Peninha Mendonça, um apoiador de Lunelli, afirmando que vai à convenção do partido, em agosto, para pleitear sua candidatura ao Senado. Vaga que já estaria prometida ao deputado federal Carlos Chiodini como parte das negociações com Carlos Moisés. Ou, em outro cenário, ao próprio Antidio, com apoio de Rogério Mendonça. Enfim, é o MDB (de novo) no papel de garçom da festa. Como o faz há 16 anos, incluindo o governo de Carlos Moisés (Republicanos).

Eleições

  • Com Antidio Lunelli fora da corrida para o governo do Estado, dificilmente as anunciadas candidaturas a deputado estadual de Onésimo Sell (MDB) e Emanuela Wolf (Podemos), ele ex-secretário de Obras, vão se confirmar.
  • À boca pequena fala-se que, no segundo semestre, o prefeito Jair Franzner (MDB) fará mudanças em cargos do primeiro e segundo escalões. A troca de (não poucos) titulares daria mais agilidade e produtividade a setores prioritários.
  • Eron Giordani, ex-secretário da Casa Civil de Carlos Moisés (Republicanos) por indicação do deputado Júlio Garcia (PSD) é nome forte para ser o vice de Gean Loureiro (União Brasil). Giordani foi quem deu um rumo político ao governo de Moisés.
  • Giordani também foi chefe de gabinete no primeiro mandato do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). A quem Loureiro, ex-prefeito de Florianópolis, já teria prometido que, se eleito, apoiará Rodrigues para governador em 2026.
  • Com o MDB fora da raia, agora são sete os pré-candidatos a governador: Carlos Moisés (Republicanos), Jorginho Mello (PL), Gean Loureiro (União Brasil), Esperidião Amin (PP), Décio Lima (PT), Dario Berger (PSB) e Odair Tramontin (Novo). O resto é puro bafo.
  • Esperidião Amin (PP) diz que terá um tucano como vice e o deputado Kenedy Nunes (PTB) para o Senado. Nunes já tinha acertado aliança com Jorginho Mello (PL) que, por sua vez, obrigou-se a apoiar o ex-Secretário Nacional da Pesca, Jorge Seif Jr., de Itajaí, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). É isso, se não dá aqui, dá acolá. E segue o baile.

Frente Democrática

Já recuperado de uma cirurgia (não sabe por qual razão e nem o nome do hospital em São Paulo) o senador Dario Berger (PSB) já está em campanha. Com um discurso sobre necessária “união da esquerda” para consolidar a chamada Frente Democrática, com oito partidos, para apoiá-lo na disputa ao governo do Estado. Berger foi para o PSB apenas porque o MDB o rejeitou. Enxotado do PSDB, Geraldo Alckmin, vice de Lula, fez o mesmo.

Ontem e hoje

Mas, do outro lado, está Décio Lima (PT). A depender do compadre Lula da Silva (PT) Lima será o candidato a governador da esquerda catarinense. E, como vice, o ex-deputado Gelson Merisio (Solidariedade), que em 2018, como candidato a governador pelo PSD, teve apoio formal de cinco partidos da esquerda. E segue o baile, sem qualquer constrangimento.

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