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Coluna: Os desafios de ser criança

Estamos no Mês da Criança, o que nos remete a reflexões abrangentes sobre essa fase decisiva para a formação do ser humano: a infância. No dia 12 de outubro, festejamos a alegria genuína e contagiante dos pequenos. É quando os pais se desdobram para fazer as vontades dos filhos e…

16/10/2024

Estamos no Mês da Criança, o que nos remete a reflexões abrangentes sobre essa fase decisiva para a formação do ser humano: a infância. No dia 12 de outubro, festejamos a alegria genuína e contagiante dos pequenos. É quando os pais se desdobram para fazer as vontades dos filhos e o comércio comemora uma das datas mais lucrativas do calendário anual. Momentos especiais para as famílias, que independente de classe social, buscam o melhor para arrancar sorrisos daqueles seres em fase de crescimento. São momentos lúdicos, de brincar, experienciar e aprender. Mais tarde, serão as memórias afetivas e bem construídas que os acompanharão pelo resto da vida.

 

 

Sim, estamos falando daquela parcela da população formada por crianças que, em tese, são amadas, apoiadas pelas famílias, com acesso à moradia, alimentação, ao aprendizado escolar e ao lazer. Possivelmente elas têm grandes chances de se tornarem adultos bem resolvidos, prontos para enfrentar desafios e fazer escolhas. Mas, sabemos que essa realidade não é para todos…

 

 

A infância é uma das fases mais importantes e decisivas da vida, que deve ser vivida de forma plena. Ilustração: Grupo RBJ de Comunicação

 

 

De olho na saúde mental

 

 

Mas e aquelas crianças que vivem realidades bem distintas, exploradas, desassistidas, negligenciadas, vítimas de maus tratos e a todo o tipo de violência? As que vivem em situação de vulnerabilidade são as mais afetadas na saúde mental. Geralmente a violência sofrida dentro de casa é devolvida na mesma moeda pode levar à marginalidade e a caminhos sem volta. Violência gera violência. Numa época marcada pela intolerância, “paciência zero” e individualismo, que exemplo estamos deixando para as novas gerações? Quantos massacres em escolas ainda precisam acontecer para que a sociedade se atente à maneira como educam os filhos? Estar atento ao comportamento de uma criança e buscar ajuda psicológica assim que identificar algum comportamento destoante pode impedir situações fora de controle no futuro.

 

 

Essa semana um menino de nove anos promoveu um massacre em 23 animais com arma branca no Paraná. Segundo a Polícia, a criança matou, de forma premeditada, degolando e decepando as patas de animais domésticos. O crime chocou o país e levantou sérios questionamentos. Seria esse menino resultado de um ambiente violento? Onde entra a responsabilidade dos pais desse garoto diante de tanta crueldade? Se foi capaz de matar friamente tantos animais com essa idade, do que será capaz quando chegar à fase adulta? O que se sabe é que a psicopatia infantil exige tratamento psiquiátrico o mais cedo possível.

 

 

Realmente, cabe aos pais e/ou responsáveis manterem vigilância sobre o comportamento das crianças. Em primeiro lugar, educar pelo exemplo. E não se constranger em buscar ajuda especializada, se necessário.

 

 

Refugiados na busca do recomeço

 

 

Agora pense na situação das crianças refugiadas, vítimas das guerras. Muitos perderam mães, pais e outros integrantes da família e são obrigados a fugir do país de origem para continuar vivendo, mas sem ter a mínima noção do futuro que os reserva. Para elas, brincar, aprender e sonhar há muito deixaram de existir em suas rotinas. Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o número de crianças deslocadas pelas guerras representa quase metade dos mais de 117 milhões de refugiados no mundo. A estimativa é que entre 2018 e 2023, mais de 2 milhões de pessoas nasceram como refugiados.

 

 

Ainda de acordo com a ACNUR, 40% das pessoas forçadas a abandonar seus países de origem são crianças, 51% estão fora da escola e mais de 153 mil foram separadas dos pais. Com isso, a mortalidade infantil, desnutrição e outras doenças aumentam ano a ano.

 

 

Para doar recursos ao ACNUR, basta acessar https://www.acnur.org/br e clicar no link “Doe Agora”, no alto da página. Você estará contribuindo para reacender a esperança na vida dessas crianças.

 

 

 

ACNUR atua para propiciar um recomeço digno às crianças deslocadas pelas guerras. Foto: ACNUR

 

 

 

 

 

 

 

 

Por

Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

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