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Coluna: Ou Udo, ou Antidio

Um não pode se candidatar a governador com o outro de vice em outra chapa pelo mesmo partido

14/07/2022

Agora, ou Antidio, ou Udo. Um não pode se candidatar a governador com o outro de vice em outra chapa pelo mesmo partido. Com isso, o MDB corre sério risco de, pela terceira vez, ficar sem candidato a governador (em 2010 e 1014 apoiou Raimundo Colombo (PSD). Ou disputar sem apoio de expressivo número de lideranças do partido, entre deputados, prefeitos, vereadores hoje atrelados à reeleição de Carlos Moisés.

O dia “D” do MDB

O MDB vai para a convenção estadual do dia 23 mais rachado do que nunca. De um lado o grupo que apoia a candidatura de Antidio Lunelli a governador. De outro- e, pelo visto, em maioria- o grupo alinhado à reeleição de Carlos Moisés (Republicanos), indicando o ex-prefeito de Joinville, Udo Döhler, como vice. Convite feito e aceito. Por Udo e Moisés.

Ontem e hoje

Nesse episódio, frase do colunista político norte-americano Victor Lasky serve como uma luva: “Na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem”. De fato, foi o que o MDB com o próprio Udo em 2018. Lançado para a majoritária, levou uma rasteira do grupo do ex-deputado Mauro Mariani, então homologado candidato a governador com apoio de Lunelli.

Eleições

*Antidio Lunelli (MDB), que mantém sua pré-candidatura à convenção estadual do MDB marcada para dia 23, disse que não esperava a postura do ex-prefeito de Joinville, Udo Döhler, a quem tinha como amigo. E que vai à mesma convenção postular a indicação de candidato a vice na chapa de Carlos Moisés (Republicanos).

*Udo foi membro do Conselho de Gestão criado por Lunelli quando prefeito. E sempre se postou como apoiador do ex-prefeito de Jaraguá do Sul. A última vez foi nas homenagens póstumas a Luiz Henrique da Silveira, que levou os dois para o MDB. Visto em conversas tête-à-tête com Moisés, Udo sempre negou. Eleitores de Joinville e Jaraguá do Sul reagiram. Em maioria, condenando.

*Agora, o trabalho se resume a convencer as “bases”. Os nove deputados do MDB representam cerca de 400 mil votos obtidos na eleição de 2018. Com eles estão, teoricamente, outros 80 prefeitos do partido e uma penca de vereadores.

*O tamanho da troupe já conquistada por Antidio Lunelli em suas andanças pelo Estado está na própria divulgação de reuniões em suas redes sociais. É bem menor e se reflete mais em emedebistas de pouca influência no âmbito do eleitorado do partido.

*Republicanos e Podemos não garantem tempo razoável nos programas eleitorais e tampouco recursos suficientes para a campanha vindo do Fundo Eleitoral para custear candidatos. Por isso mesmo, o governador Carlos Moisés (Republicanos) tenta reforçar a aliança de partidos à sua reeleição. Com PSDB e PP.

*Os tucanos não têm nada a perder, qualquer poleiro é lucro. Mas se o PP aderir a Moisés significa dizer que o Progressistas fica fora da disputa. O senador Esperidião Amin (PP) discursa jurando que o 11 terá candidato. Mas esse filme, um tanto desbotado e com protagonismo do próprio Amin, já passou em 2014 e 2018.

*Presidente licenciado do diretório estadual do MDB, o deputado federal Celso Maldaner mantém distância do imbróglio que ajudou a criar no seio do partido. Está em campanha nas bases para garantir sua indicação como candidato a Senador na convenção do dia 23.

Um “não” à União

Depois de mais de cinco horas de verdadeira batalha verbal na Assembleia Legislativa, projeto do governador gaúcho, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), o popular Delegado Ranolfo, autorizando investimento de R$ 495,1 milhões em recursos do Estado em rodovias federais que cortam o Rio Grande do Sul, foi rejeitado. Por 26 votos a 25. Os contrários entenderam que rodovias estaduais, também lá em péssimo estado de conservação, devem ter prioridade.

SC liberou R$ 750 milhões

A proposta era a mesma do govenador Carlos Moisés (Republicanos) que destinará, até 2023, R$ 750 milhões para rodovias federais em Santa Catarina, enquanto que as estaduais, em sua maioria, seguem bastante esburacadas e mal sinalizadas. Mas, por aqui, a destinação de recursos estaduais para a União foi pacífica. O falatório na Assembleia durou pouco mais de uma hora e a maioria, atrelada ao governador Moisés, disse “sim”. Com todas as letras.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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