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Coluna: Política & Políticos – Obras do Plano 1000

Celso Machado comenta os principais acontecimentos da política catarinense

10/05/2023

Quantas obras, tipo, custo e recursos já repassados são questionamentos que a Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Tiago Zilli (MDB), encaminhou aos prefeitos dos 295 municípios de SC. Para ter um quadro real sobre obras iniciadas com o Plano 1000 (mil reais por habitante) no governo de Carlos Moisés (Republicanos). Aliás, informações que o Estado deveria ter em mãos, atualizado.

 

Os prefeitos pressionam

Na mão inversa, prefeitos pressionam os deputados que, por sua vez, pressionam o governador Jorginho Mello (PL), que na campanha eleitoral prometeu dar continuidade ao Plano, que já estava quase parando. Mas recuou. “Vamos ter de dar um jeito”. E nada mais disse. Os prefeitos são os grandes cabos eleitorais dos deputados e estes cabos essenciais eleitorais dos candidatos a governador. É pressão de todo lado.

 

CURTAS

*Hipocrisia, dizem os dicionários, pode ser traduzida como ato ou efeito de fingir. De fato, isso está claro na gratificação de 50% concedida pelo governo e mantida pela Assembleia Legislativa a uma casta de militares que prestam serviços na Casa Militar apenas para o governador Jorginho Mello (PL) e a vice, Marilisa Boehm (PL).

*Sim, a maioria dos deputados manteve o benefício previsto na reforma administrativa de JM e que já é pago desde março em Medida Provisória agora convertida em lei, (21 a favor, 9 contrários e alguns fujões). São salários de até R$ 66 mil, acima do teto constitucional de R$ 41 mil. O presidente da República ganha R$ 30.934,70.

*Ao contrário dos policiais que trabalham nas ruas, cujos salários, como de resto o de todos os servidores estaduais e por decisão de Jorginho, não terão reajustes até maio de 2024. Contenção de despesa, alega o governador. Em tempo: deputados Vicente Caropreso (PSDB) e Antidio Lunelli (MDB) votaram a favor.

*É possível que na primeira semana de agosto os eleitores de Brusque votem na eleição suplementar por conta da cassação do prefeito José Ari Vequi (MDB) e o vice Gilmar Doerner (Republicanos), por abuso de poder econômico. Os eleitos ficam no cargo até 1º de janeiro de 2025, quando os eleitos em outubro de 2024 assumem.

*Portaria publicada na quarta-feira (10) pelo Ministério do Planejamento prevê aporte de R$ 224 milhões para obras de duplicação da BR-280, somados aos R$ 48 milhões previstos para 2023. Descontados estes valores, todo o trecho de 75 km, de São Chico a Jaraguá do Sul precisa, ainda, de outros R$ 899 milhões para conclusão.

*Chama a atenção, no trecho entre a BR-101 e Guaramirim, uma passarela de grande porte para pedestres, com sua estrutura já concluída, porém, sem escada de acesso em nenhum dos lados. Obviamente, se está lá é por ser necessária. Mas, então por que não liberar?

 

Câmara de Vereadores de Itajaí abriu processo de impeachment contra o prefeito Volnei Morastoni (MDB) e seu vice, Marcelo Sodré (PDT), com base em denúncia do advogado Valmir Hoeppers. Para tratamento de saúde, Morastoni afastou-se da prefeitura por mais de 15 dias e, nesse caso, deveria receber pela Previdência. Não o fez e pediu que a Câmara autorizasse a receber remuneração integral, o que foi negado. Mesmo assim, o salário integral continuou sendo pago a ele. O vice entra no rolo por ter sido conivente. Reeleito em 2020, Morastoni está em seu terceiro mandato de prefeito, o primeiro pelo PT (2005/2008).

 

VIA BRASIL

*Aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado projeto de lei que concede pensão especial vitalícia de dois salários mínimos mensais aos ex-integrantes da tropa brasileira conhecida como Batalhão Suez. Vai para a mesa do presidente Lula da Silva (PT) para sanção. Pode receber quem tem renda abaixo disso. Ou sem meios para manter a família.

*Esses soldados fizeram parte da força de paz criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) após a nacionalização do Canal de Suez pelo presidente egípcio Abdel Nasser em julho de 1956. Entre os anos de 1957 e 1967, 20 soldados de Jaraguá do Sul integraram a tropa.

Há, inclusive, um monumento inaugurado em 2005, ao lado do mercado público na Rua Getúlio Vargas, como o nome de todos eles. O monumento é uma obra da artista plástica Denyse Zimmermann da Silva. Tons em vermelho representam a luta, a guerra, o conflito.

São eles: Alcido Thiem, Ataliba Eleutério, Avelino Alberton, Elias Luís Dias, Gerhard Ender, Hartwig Hackbarth, Henrique Reimer, João Lima de Araújo, João Soares, José Fernando Pradi, José Garcia, José Nicoletti, Luís Fusile, Mario Marinho Rubini, Orival Vegini, Pedro de Araújo, Rolf Marquardt,  Valdemiro Bayer, Valdemiro Mohr Wilfred Muller e Wilson Antônio Rebelo.

*A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados fez audiência pública na terça-feira (9) para tratar da transição energética, que envolve a ampliação do uso de energias limpas, como a eólica (ventos) e a fotovoltaica (sol) no Planeta. Isso terá um custo de U$S 35 trilhões.

 

As pautas ideológicas

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que está na hora de o governo Lula escolher se gastará energia nas pautas ideológicas do PT ou à aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária. “Não é o Congresso que tem instabilizado a segurança jurídica. É preciso que esse ambiente se normalize, para que investidores externos e recursos internacionais possam transitar de maneira segura”, disse. De fato, Lula, com sua retórica discursiva, ao invés de se aproximar do Legislativo, prefere criticar. Ganha espaço na mídia, porém mais resistência até entre aliados às propostas do Executivo. Que só andam com barganhas milionárias.

 

 

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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