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Coluna: Votos contra o Fundão

Os grandes beneficiados são o PSL, com R$ 575,8 milhões e o PT, que leva R$ 565,5 milhões. 

21/12/2021

Oito dos 16 deputados federais catarinenses votaram pela manutenção do veto aposto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), “só de mentirinha”, ao Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões para financiar as campanhas em 2022.

A favor (do veto) votaram Daniel Freitas (PSL), Caroline de Toni (PSL), Coronel Armando (PSL), Gilson Marques (Novo), Rodrigo Coelho (Podemos), Ricardo Guidi (PSD), Geovânia de Sá (PSDB) e Carmen Zanotto (Cidadania). Mas a pergunta é: exceto o Novo, pelo seu estatuto, quem votou contra o Fundão não vai usar? Me engana, eu gosto!

Votos a favor do Fundão

Pela derrubada do veto e a favor do Fundão votaram Ângela Amin (PP), Carlos Chiodini (MDB), Celso Maldaner (MDB), Darci de Mattos (PSD), Fabio Schiochet (PSL) e Pedro Uczai (PT).

Espertamente, porque sabiam da grande vantagem a favor do Fundão (317 contra 146) Hélio Costa (Republicanos) e Rogério Peninha (MDB) se abstiveram. Como o fizeram os senadores Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PL). O senador Dario Berger (MDB) votou contra. Mas todos, a favor ou não, vão usar o dinheiro, com toda certeza.

Quem leva mais dinheiro

Os partidos com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados levam a maior parte do bolo.  Os grandes beneficiados são o PSL, com R$ 575,8 milhões e o PT, que leva R$ 565,5 milhões.

O MDB terá direito a R$ 424,6 milhões; o PSD, R$ 388,8 milhões; o PP, R$ 383,5 milhões e o PSDB, R$ 375,9 milhões. Ao todo, 11 dos 33 partidos devem receber mais que R$ 200 milhões. Que foi o valor máximo destinado a uma legenda na eleição de 2020. Desde 2018 a lei eleitoral proíbe que pessoas jurídicas (empresas) façam doações para candidatos.

Fundo Eleitoral

Só para esclarecer: o Fundo Eleitoral para financiar campanhas de candidatos a cargos eletivos, é uma coisa. Em 2022, com R$ 5,7 bilhões. O Fundo Partidário, com outros R$ 5 bilhões é outra coisa. Neste caso, para financiar diretórios estaduais e municipais de partidos políticos. E, por isso mesmo, não há presidente que queira largar o osso por vontade própria.

Fundo Partidário

De 2019 a 2021, na condição de políticos sem cargo eletivo, Lula da Silva e o ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidatos, receberam salários (juntos) de quase R$ 1 milhão via Fundo Partidário. Lula e Gomes aparecem como funcionários do PT e PDT. Roberto Jefferson, presidente licenciado do PTB e que está preso, tem salário de R$ 23,3 mil como “prestador de serviços técnicos”.

Recordista em votos

Em 2008, o futuro presidente da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, Jair Pedri (PSD), foi o terceiro mais votado entre os 11 eleitos, mas ficou na suplência. Pela coligação PC do B e PSB, fez 2.335 votos, um a menos que Jean Leutprecht (PC do B) com 2.336 votos.

Em 2012, candidato pelo PSDB, Pedri levou 4.187 votos, a maior votação de todos os tempos para a Câmara.  Em 2016, concorreu a prefeito. Fez 20.354 votos, terceiro mais votado, atrás de Ivo Konell e Antidio Lunelli. Em 2020, voltou a disputar vaga no Legislativo. Foi o sexto colocado, com 2.156 votos.

Outros recordistas

Antes do grande feito de Jair Pedri nas urnas, o recorde pertencia a Moacir Antônio Bertoldi, que em 1996, concorrendo pelo PDC, chegou aos 2.156 votos.

Recorde este quebrado em 2004 por Dieter Janssen (PP), com 3.272 votos. Na legislatura atual, o vereador mais antigo é Ademar Braz Winter (PSDB), exercendo seu sétimo mandato.

Olho em Moisés

“Os prefeitos, se não são Moisés, no mínimo não querem ficar contra ele”. A avaliação é do ex-governador Paulo Afonso Evangelista Vieira (MDB), confirmando que o senador Dário Berger “está de malas prontas (para deixar o MDB rumo ao PSB) mas, penso, ainda sonha em ser candidato do MDB com apoio da frente de esquerda”.

Por

Nascido em Blumenau, 72 anos, 57 de profissão, incluindo passagens pelo rádio. E em jornais diários como A Notícia (Joinville), Jornal de Santa Catarina (Blumenau) e O Correio do Povo (Jaraguá do Sul)

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