Congresso internacional sobre raças, sim já existiu!
O congresso internacional sobre raças de 1911 e as políticas de "branqueamento" adotadas pelo governo brasileiro tiveram um impacto profundo na sociedade brasileira.

Hoje trago uma parte infeliz e desumana de nossa história, por isso antes de falarmos contra o local de fala de brasileiros Negros, lei, pesquise, aprenda, tire sua viseira.
O congresso internacional sobre raças, realizado em 1911, representou um momento crucial na história do Brasil e teve importantes implicações na sociedade brasileira até os dias atuais. Nesse evento, o país apresentou uma proposta que visava acabar com a presença negra no país, por meio da substituição por imigrantes europeus.
Essa proposta refletiu uma visão profundamente racista que permeava a elite brasileira da época, que acreditava que a miscigenação e a presença de populações negras e mestiças prejudicavam a suposta pureza racial e cultural do país. Assim, para os congressistas brasileiros, era necessário “branquear” a população brasileira, a fim de aproximar o país dos padrões europeus de civilização e desenvolvimento.
Essa política de “branqueamento” foi acompanhada por leis que limitavam as conquistas dos negros alforriados, como a Lei de Vadiagem de 1890, que autorizava a prisão de pessoas negras sem emprego fixo, e a Lei de Cotas de 1901, que estabelecia que apenas um terço das vagas nas forças armadas seria destinado a negros.
Além disso, o governo brasileiro incentivou a imigração de europeus, oferecendo subsídios para a vinda de agricultores estrangeiros. Esse movimento migratório europeu foi responsável pela entrada de mais de 5 milhões de pessoas no país, entre os anos de 1880 e 1930, e teve um impacto significativo na composição étnica da população brasileira.
Hoje, as consequências desse processo de “branqueamento” são evidentes na sociedade brasileira. A população negra ainda enfrenta altos índices de discriminação, exclusão social e econômica, além de ter acesso limitado a serviços básicos, como saúde, educação e moradia digna. Além disso, a representatividade política e social dos negros é ainda bastante limitada, refletindo na persistência das desigualdades raciais no país.
Em resumo, o congresso internacional sobre raças de 1911 e as políticas de “branqueamento” adotadas pelo governo brasileiro tiveram um impacto profundo na sociedade brasileira, contribuindo para a marginalização e exclusão da população negra e para a manutenção das desigualdades raciais no país.
Claudio Piotto
Professor Pesquisador, Mestre em Educação, Especialista em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior, Historiador e Pedagogo. Entusiasta da Educação