Preocupante: Jaraguá está no top 10 cidades que mais consomem ultraprocessados no Brasil
Foto: Tim Samuel/Pexels
Com 27,1% da dieta composta por alimentos ultraprocessados, Jaraguá do Sul figura entre as dez cidades brasileiras que mais consomem esse tipo de produto. O dado, revelado por um estudo da USP em parceria com o IBGE, acende o alerta sobre os hábitos alimentares da população local.
Os números foram publicados na Revista de Saúde Pública, com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e no Censo Demográfico.
A pesquisa analisou os hábitos alimentares de mais de 46 mil pessoas em todo o Brasil, com destaque para Santa Catarina, estado que lidera o ranking nacional: em todas as cidades catarinenses, mais de 20% da dieta é composta por ultraprocessados.

Jaraguá aparece entre os piores indicadores
Jaraguá do Sul não está sozinha. Na região do Vale do Itapocu, Schroeder (26,5%), Guaramirim (25,5%), Corupá (25,1%), Massaranduba (24,3%) e São João do Itaperiú (24%) também apresentaram índices elevados. Florianópolis lidera o ranking nacional com 30,5%.
As 10 cidades que mais consomem ultraprocessados no Brasil são de SC!
- Florianópolis – 30,50%
- São José – 28,30%
- Balneário Camboriú – 27,81%
- Palhoça – 27,73%
- São João Batista – 27,28%
- Jaraguá do Sul – 27,13%
- Joinville – 27,06%
- Blumenau – 27,03%
- Biguaçu – 27,02%
- Brusque – 26,86%
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>> As cidades da região também não ficam muito atrás nos números:
Conteúdos em alta
- Schroeder – 26,55%; Guaramirim – 25,55%; Barra Velha – 25,52%; Corupá – 25,11%; Massaranduba – 24,32% e São João do Itaperiú – 24,05%.
Entenda o que são os ultraprocessados
De forma geral, os alimentos ultraprocessados são formulações industriais feitas com múltiplos ingredientes. Entram nessa categoria os refrigerantes, bolachas recheadas, salgadinhos de pacote, embutidos, cereais matinais, massas instantâneas e produtos congelados prontos para consumo.
Esses alimentos contêm substâncias como gordura vegetal hidrogenada, xarope de milho, corantes artificiais, conservantes e realçadores de sabor. Apesar da praticidade, eles são pobres em fibras, vitaminas e minerais essenciais, contribuindo para doenças como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e até câncer.

Uma revisão de 45 estudos publicada na revista The BMJ associou o consumo frequente desses produtos a pelo menos 32 problemas de saúde.
O que leva ao aumento desse consumo?
Os pesquisadores apontam que o aumento do consumo está relacionado a três fatores principais: urbanização, renda mais alta e níveis elevados de escolaridade. Em municípios onde mais de 15% da população tem renda per capita acima de cinco salários mínimos, o percentual de ultraprocessados na dieta também ultrapassa os 20%.
O ritmo acelerado da vida moderna também é apontado como um dos principais vetores desse comportamento alimentar. A facilidade de acesso, o baixo preço e o tempo reduzido de preparo fazem com que esses produtos se tornem soluções cotidianas para grande parte da população.
Existe solução?
Sim. Nutricionistas recomendam medidas simples, mas eficazes. A substituição de alimentos industrializados por frutas, legumes e comida caseira é um primeiro passo. Planejar refeições com antecedência e sempre ler o rótulo dos produtos também ajuda. Quanto mais curta a lista de ingredientes e com nomes conhecidos, melhor.
No campo das políticas públicas, cresce o debate sobre a criação de um imposto seletivo sobre os ultraprocessados, semelhante ao que já é aplicado sobre cigarros e bebidas alcoólicas. A proposta, em discussão no contexto da Reforma Tributária, visa reduzir o consumo ao desestimular a compra desses produtos.
Como isso impacta sua vida?
Jaraguá do Sul, que costuma aparecer em rankings positivos de qualidade de vida, agora também figura entre os destaques negativos no consumo de ultraprocessados. A praticidade desses produtos não pode ofuscar os riscos à saúde que eles trazem. Entender o que colocamos no prato é um ato de autocuidado, por isso, rever os hábitos alimentares é um passo essencial para garantir uma vida mais longa e saudável para todos.
Gabriela Bubniak
Jaraguaense de alma inquieta e jornalista apaixonada por contar boas histórias. Tenho fascínio por livros, música e viagens, mas o que me move é viver a energia de um bom futsal na Arena e explorar o que há de melhor na nossa terrinha.