Cotidiano | 18/09/2025 | Atualizado em: 18/09/25 ás 12:44

Após contaminação que matou milhares de peixes, Fujama responsabiliza duas empresas

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Após contaminação que matou milhares de peixes, Fujama responsabiliza duas empresas

Foto: PMJS/Divulgação

A Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) concluiu o relatório sobre a contaminação que resultou na morte de aproximadamente duas toneladas de peixes nos rios Cerro e Jaraguá, em agosto deste ano.

Conforme a investigação técnica, duas empresas de médio porte, instaladas na região, teriam sido as responsáveis pelo despejo irregular de resíduos industriais em concentrações letais para os peixes.

Contaminação acima dos limites legais

De acordo com os laudos laboratoriais, foram encontradas substâncias em níveis muito superiores aos permitidos. O cianeto apareceu em concentrações até 66 vezes acima do limite legal, enquanto os fenóis chegaram a índices 290 vezes maiores que o autorizado.

A combinação de resíduos da indústria têxtil, ricos em corantes e fenóis, com efluentes metalúrgicos contendo cianeto, sobrecarregou a capacidade natural de depuração dos rios. Isso levou à asfixia e à intoxicação aguda dos peixes, com o episódio de mortandade ocorrendo entre a noite de 22 e a manhã de 23 de agosto.

Multas e exigências ambientais

As consequências para as indústrias vão muito além das multas, que já somam mais de R$ 700 mil. As determinações impostas pela Fujama envolvem obras, adequações e estudos que podem elevar os custos acima de R$ 2 milhões.

Entre as medidas obrigatórias estão a ampliação das estações de tratamento de efluentes, a alteração dos pontos de lançamento para áreas com maior capacidade de diluição e o financiamento de planos de recuperação ambiental, que incluem até a possibilidade de repovoar os rios com espécies nativas.

Fiscalização e posicionamento da Fujama

O processo de apuração envolveu dias de vistorias em campo, coleta de amostras e análises independentes em laboratório. A fundação utilizou protocolos técnicos de monitoramento para rastrear a origem da poluição.

“Este caso demonstra que não haverá tolerância para práticas que coloquem em risco os recursos hídricos e a vida aquática de Jaraguá do Sul. A Fujama agiu com rigor técnico e legal para garantir que os responsáveis arquem com os prejuízos ambientais causados”, afirmou o diretor técnico da fundação, Gilberto Duwe.

Encaminhamentos e prazos

As empresas têm 30 dias para apresentar projetos de adequação. O descumprimento pode resultar em novas autuações. Além disso, os relatórios já foram encaminhados ao Ministério Público e à Polícia Militar Ambiental, que devem avaliar responsabilizações civis e criminais.

Por questões legais, os nomes das empresas não foram divulgados, em respeito ao direito de defesa e para evitar prejuízos à imagem antes da conclusão definitiva do processo.

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