Crise do metanol acende alerta para cuidados ao consumir bebida alcoólica
Foto: Nicolae_Balt/Pixabay
Nos últimos dias, casos de adulteração de bebida alcoólica com uso de metanol repercutiram em todo o país. Ao todo, seis mortes suspeitas estão sendo investigadas, e há outros 39 casos sob investigação.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, previu que os casos suspeitos de intoxicação por metanol tendem a aumentar nos próximos dias e afirmou que o problema pode ter abrangência nacional.
Por conta disso, a crise reacendeu um alerta antigo no Brasil: a adulteração de produtos que deveriam ser seguros para o consumo. Esse tipo de crime coloca em risco a vida das pessoas, gera desconfiança generalizada no setor e ainda prejudica bares e restaurantes sérios, que acabam sendo vítimas indiretas dessa prática.
Riscos graves à saúde e à confiança do consumidor
Conforme a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a falsificação ocorre, principalmente, em produtos de alto valor agregado, como whiskys, destilados premium e cachaças.
“Estamos diante de uma questão de saúde pública e de preservação da imagem do setor de alimentação fora do lar. Bebidas adulteradas podem provocar intoxicações graves e até mortes. Além de destruir a confiança do consumidor, afetam bares e restaurantes que trabalham dentro da lei”, afirma Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel SP.
Como o bares e consumidores podem se proteger
Diante desse cenário, especialistas reforçam que a prevenção começa na escolha dos fornecedores e no cuidado com as embalagens. Algumas recomendações fundamentais, de acordo com a Abrasel, incluem:
Conteúdos em alta
- Compra segura: dar preferência a distribuidores reconhecidos e legalizados, evitando intermediários desconhecidos
- Observe o preço: valores muito abaixo do mercado costumam ser um alerta.
- Cheque o cheiro e: odor semelhante a solvente pode ser sinal de adulteração.
- Descarte seguro: garrafas vazias devem ser quebradas antes do descarte, impedindo que falsificadores reutilizem recipientes originais para colocar líquidos adulterados.
- Nota fiscal: sua exigência garante mais segurança jurídica e sanitária.
A importância da fiscalização governamental
Apesar do cuidado dos estabelecimentos, identificar a fraude apenas pela aparência da garrafa é muito difícil.
“Os falsificadores utilizam garrafas e selos originais, o que torna quase impossível identificar a fraude apenas pela análise visual. Por isso, a atuação das autoridades precisa se concentrar em barrar a produção e distribuição antes que esses produtos cheguem ao mercado”, ressalta Pinheiro.
A entidade reforça que ações de fiscalização em fábricas ilegais são essenciais para conter o crime de adulteração de bebidas. Além disso, destaca que fiscalizar distribuidoras e empresas também seria uma medida eficaz, uma vez que nenhum dono de bar ou restaurante agiria de má fé sabendo da possibilidade de contaminação e dos riscos envolvidos.