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Coluna: Cuide-se!

Esses tempos pandêmicos não preocupam apenas pelo risco de contrairmos o coronavírus, mas também pela sobrecarga emocional que acarretam.

23/05/2021

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Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

Por Sônia Pillon

Como anda a sua saúde mental na pandemia? A pergunta pode soar estranha, mas a verdade é que esses tempos pandêmicos não estão preocupando apenas pelo risco de contrairmos o coronavírus, mas também pela sobrecarga emocional que acarretam. Fatores como isolamento social, o desafio de conciliar as atividades em home office com o trabalho doméstico, cuidados com os filhos, assim como a redução no salário e o consequente risco da perda do emprego, tem tirado o sono de muita gente.

É certo que para uns, a crise impulsiona a buscar novos caminhos profissionais, seja se tornando um microempreendedor, ou empreendedor individual. Entretanto, para os que já perderam seus empregos, o desafio de manter o equilíbrio e cultivar a resiliência se torna titânico. E os reflexos já estão aí.

Dados do Observatório Febraban/Ipespe, que ouviu três mil brasileiros nas cinco regiões do país, apontam que 57% da população foi impactada pelas mudanças causadas pela pandemia, que afetaram a saúde mental e emocional. Aumento no sofrimento psicológico, sintomas psíquicos e até transtornos mentais refletem o ciclo pandêmico. A região Sul apareceu na pesquisa com índice de 56%, mesmo índice verificado na região Sudeste. O Centro-oeste alcançou 59%, seguido do Norte, com 58%.

A pesquisa constatou que as mulheres passaram a ser submetidas a um estresse ainda maior nesse período, pela sobrecarga do trabalho doméstico paralelamente aos cuidados com os filhos sem atividade escolar. Por sua vez, os jovens também reclamaram bastante de serem impedidos do engajamento social presencial (leia-se “aglomeração”).

O psiquiatra e psicoterapeuta Alexandre Valverde, constata que nos atendimentos realizados em seu consultório, “três quartos dos atuais pacientes buscaram tratamento após o início da pandemia, ou seja, um aumento de 300%, com condições que foram agravadas, ou surgiram em decorrência das restrições e problemas impostos pela pandemia”.

Considerando que a pandemia da covid-19 está em curso, ainda sem data definida para acabar, especialistas no comportamento humano indicam atitudes que podem amenizar os desafios impostos pelos limites no convívio social, especialmente em relação à sensação de solidão, em alguns momentos. É preciso lembrar que “você não está sozinho”, porque todos estão enfrentando a mesma situação. Então, é necessário encontrar a melhor forma de lidar com isso, individualmente: não se cobre tanto, é impossível estar 100% o tempo todo. Buscar o autoconhecimento, observando as demandas internas pode contribuir para encontrar o equilíbrio.

Outra orientação importante é limitar o tempo ligado nas notícias, e cuidado com as fake news! (Confesso que para mim, que sou jornalista, é uma tarefa árdua! Para contrabalançar, passei a buscar também notícias mais amenas, menos angustiantes… Isso tem ajudado bastante!).

Para completar, os terapeutas aconselham descansar, dormindo pelo menos oito horas por dia, adotar dieta balanceada, evitar drogas como válvula de escape, fortalecer os contatos (ainda que à distância) e, importantíssimo, tire um tempo para você, seja lendo livros, assistindo filmes, aprendendo habilidades novas, praticando exercícios físicos, ouvindo música…

Se nada disso funcionar o suficiente, busque ajuda profissional, consulte um médico, procure um terapeuta. Pesquise. Não deixe que uma bola de neve se agigante até se tornar uma avalanche. Valorize a vida! Cuide-se!

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