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Coluna: Descobri que sou cringe!

A geração Z no Brasil está causando, apontando o dedo para atitudes e comportamentos que consideram ultrapassados.

27/06/2021

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Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.

Por Sônia Pillon 

Os noticiários andam muito pesados. Garimpar notícias de diferentes editorias pode ser uma solução saudável para não “pirar” nesse período. Durante muito tempo torci o nariz para as news da chamada imprensa marrom, nos moldes dos tablóides ingleses, mas descobri que focar apenas em informações sobre as mortes pela Covid-19, crimes atrozes, caçada humana a bandido e polarização política estavam me angustiando além da conta. Era preciso equilibrar o feed, inserindo mais leveza aos dias.

Portanto, a solução que encontrei foi buscar notícias de “variedades”, por assim dizer, com um toque de humor. Nessa busca, é comum visualizar manchetes sensacionalistas, com afirmações que assustam e são desmentidas durante a leitura do texto.  Sobram fake news e todo o cuidado é pouco ao navegar nas águas turvas da web. Mais do que nunca, é imperioso checar bem a fonte antes de acreditar no que nos é apresentado. É impressionante o número de influenciadores digitais disponíveis, prontos para discorrer sobre os mais diversos temas com ares de especialistas. O mundo bizarro em que vivemos também passou a ter a minha atenção.

E essa semana, especialmente, uma reportagem sobre comportamento dos adolescentes da “geração Z” no Brasil me chamou a atenção. Eles estão causando, apontando o dedo para atitudes e comportamentos típicos dos que nasceram antes  deles. Cringe é um verbo da língua inglesa que denomina um tipo de gênero da comédia, porém, para esses seres megaconectados, nascidos após 1996, a palavra é uma gíria utilizada para definir a cafonália das gerações que os antecederam, do tipo que adoram café da manhã e utilizam emoji de risada no zap, por exemplo.

Separar o cabelo do lado, vestir calça skinny e calçar sapatilha com bico redondo é vergonhoso, inaceitável! Para essa geração que não desgruda do celular em momento algum, cringe vai além do mico. É tipo vergonha alheia, estar fora de moda, ultrapassado. Gostar da Disney e de assistir a série Friends, apreciar clássicos, nem pensar! A  new generation também sente estranhamento com as expressões pagar boleto e ouvir rock, porque “é coisa de velho”. Já os vídeos curtos do Tik Tok é muito geração Z! 

Amo um café da manhã caprichado, Beatles, séries épicas, looks e decoração com toques vintage. Sou saudosista em muitos momentos. Assumo que sou um tanto quanto cringe. Ha ha ha! Mas o importante é ser uma cringe feliz!

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