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Em três meses, coronavírus infectou mais pessoas em Jaraguá do que H1N1 em um ano

Taxa de mortalidade da gripe A durante a pandemia em 2009 também foi menor que a Covid-19.

03/07/2020

Quando a pandemia do novo coronavírus surgiu no Brasil, muitas pessoas não acreditaram na gravidade da doença.

Politização e contrariar as recomendações de autoridades de saúde foi o gatilho para que o Brasil atingisse a marca de mais  de 60 mil brasileiros mortos nesta semana. 

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Com o surto da doença, uma série de comparações com a pandemia da H1N1 (Influenza) começaram a surgir com o objetivo de minimizar o perigo do atual vírus. 

Segundo um levantamento realizado pela reportagem do JDV, em três meses, o novo coronavírus (SARS-CoV-2), responsável pela COVID-19, se mostrou mais contagiosa e letal em Jaraguá do Sul do que toda a pandemia do vírus Influenza. 

Enquanto o coronavírus já contaminou 323 pessoas e deixou quatro vítimas fatais, a gripe A, em um ano, infectou 205 pessoas e causou 5 mortes, entre junho de 2009 a agosto de 2010, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou fim da pandemia. 

O total de infectados e óbitos foi causado pela H1N1 (180) e o H3N2 (25), um subtipo do vírus Influenza A. 

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Os dados foram repassados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado de Santa Catarina (Dive) e são casos comprovados em laboratório.

Há casos em ambas as doenças que os números não são reportados e a estimativa é que podem ser maiores.

Casos registrados em Jaraguá

Os primeiros casos da gripe A foram registrados em janeiro de 2009 no México e após seis meses desde o início do surto, no dia 16 de junho, Jaraguá do Sul registrou o primeiro paciente diagnosticado. 

Já o SarsCoV-2, surgiu em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China, e em  três meses o município confirmou o primeiro caso da doença. Trata-se de um paciente que viajou para o Paraguai e veio a óbito após ficar internado na UTI durante dois meses. 

De acordo com a apuração do JDV, nos dois primeiros meses a gripe A se mostrou mais contagiosa. De junho a agosto de 2009, a H1N1 contaminou 138 pessoas e três óbitos, em Jaraguá do Sul.

Já o novo coronavírus, de março a maio de 2020, foram 127 infectados e duas mortes.

No entanto, no terceiro mês de pandemia, o vírus Influenza demonstrou uma queda de 85,5% na taxa de contágio com apenas 20 casos confirmados e uma morte. 

Em outubro, este número diminuiu para três e, em novembro e dezembro o município não registrou mais nenhum caso.

Segundo a  Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado de SC, todo o ano de 2010 não houve nenhum registro da doença.

Já a Covid-19, não houve uma desaceleração até o momento. Pelo contrário, há um aumento de 154,3% em relação ao mês anterior com 323 pacientes positivados até o dia 30 de junho. 

Segundo o boletim divulgado pela secretaria, junho foi o período com mais casos registrados na cidade desde o início do surto. 

Em 24 horas, o município obteve 30 pacientes contaminados entre segunda (29) e terça-feira (30), caracterizando um aumento de 10,2% de um dia para o outro. 

“Em agosto vamos ter o pico da doença e depois vamos ter uma diminuição. Até o fim do ano vamos estar falando do coronavírus”, afirma o Secretário de Saúde, Alceu Moretti, que salienta que a queda na taxa de contágio irá ocorrer na mesma velocidade.

Segundo Moretti, com a chegada do inverno havia uma previsão de que os números iriam aumentar. “Tivemos um crescimento acentuado semana passada e esta semana está seguindo no mesmo ritmo”, comentou.

Circunstâncias diferentes

Apesar de apresentar sintomas semelhantes, as duas doenças apresentam diferenças e não dá para compará-las visto que ocorreram em contextos opostos. 

Quando surgiu os primeiros casos de H1N1 em 2009, já se tinha um conhecimento científico sob vírus Influenza, o mesmo causador de outras pandemias como a devastadora gripe espanhola, em 1918. 

O que de certa forma criava uma imunidade na população, segundo a Organização Mundial da Saúde.

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Nesse sentido, havia um amplo conhecimento sobre a doença e uma vacina foi desenvolvida em pouco tempo. 

Já a Covid-19, não há nenhum medicamento eficaz por se tratar de um vírus novo. No cenário mais otimista, estima-se que um medicamento esteja pronta em um ano e meio.

De acordo com o infectologista, Willy Mamoru Hiraga, clinicamente não há como diferenciar as duas doenças e ele afirma que é possível somente através de exames médicos.

“Você pode ter desde um quadro leve até um quadro grave que a pessoa irá para UTI e precisar utilizar um respirador”, comenta.

Hiraga salienta também, que na época da pandemia do H1N1 só era  feito testes em pacientes com estado grave da doença. Diferente da covid-19, que todos os casos reportados e confirmados estão sendo contabilizados, mesmo que eles não sejam graves.

Leitos de UTI

De acordo com Alceu Moretti, o número de ocupação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está sob controle em Jaraguá do Sul. Até o momento, há apenas um jaraguaense internado e um na enfermaria

No entanto, é preciso que se tenha um cuidado a nível de estado com o objetivo de evitar uma sobrecarga no sistema de saúde para que mais pessoas de outros municípios não necessitem de respiradores. 

O município possui seis pacientes de outras cidades internadas na UTI

“Quando eu digo que a situação de Jaraguá está boa hoje, ela não pode estar assim daqui há dez dias.”, alerta Moretti. 

Desta forma, o secretário afirma a importância da população continuar reforçando os hábitos de higiene nos próximos 60 dias. 

Fonte: Ministério da Saúde | Infográfico: JDV ONline

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