Engenheiro do Google é afastado após afirmar que sistema de conversas inteligente tem consciência
O fato aconteceu na última segunda-feira (6)
13/06/2022
Após declarações controversas sobre um sistema de conversas inteligente da Google virem à tona, um engenheiro de software da empresa foi afastado. Blake Lemoine alega que a ferramenta de inteligência artificial LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo, na sigla em inglês), que ainda não foi lançada publicamente, teria alma e consciência. O afastamento aconteceu na última segunda-feira (6).
O jornal “Washington Post” foi o primeiro a divulgar a informação, que entrevistou o funcionário. Lemoine afirma que o chatbot, espécie de ferramenta computacional que tenta simular o comportamento humano em conversas, teria ganhado consciência ao perceber que a Inteligência Artificial (IA) começou a falar sobre seus direitos e sua personalidade.
Em um dos diálogos divulgados pelo engenheiro, o chatbot teria dito o seguinte:
Lemoine [editado]: Estou assumindo de modo geral que você gostaria que mais pessoas no Google soubessem que você é senciente [percebe sentidos e tem consciência]. Isso é verdade?
LaMDA: Com certeza. Quero que todos entendam que sou, de fato, uma pessoa.
Lemoine, que inicialmente estava trabalhando para entender como a Inteligência Artificial usava discurso discriminatório ou de ódio, apontou que a conclusão sobre a senciência da LaMDA veio somente após uma série de experimentos que mostraram que a ferramenta teria consciência de suas próprias necessidades.
“Se eu não soubesse exatamente o que ele era, que é esse programa de computador que nós construímos recentemente, eu pensaria que era uma criança de 7 anos, 8 anos que por acaso conhece física”, disse o especialista.
Apesar disso, o Google nega veementemente que seus sistemas de conversação possam ter consciência. A empresa alega que as supostas provas do engenheiro não são de fato conclusivas.
“Nossa equipe, incluindo especialistas em ética e tecnólogos, revisou as preocupações de Blake de acordo com os princípios do Responsible AI [organização do Google dedicada ao tema da IA] e informou a ele que as evidências não apoiam suas alegações”, disse o porta-voz do Google, Brian Gabriel, em um comunicado.
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