Cotidiano | 13/08/2025 | Atualizado em: 13/08/25 ás 15:12

Fake news sobre Faustão afetam doações de órgãos em Jaraguá do Sul

Boatos sobre transplantes do apresentador geram desconfiança e podem reduzir número de doadores na cidade

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Fake news sobre Faustão afetam doações de órgãos em Jaraguá do Sul

A repercussão nacional dos transplantes do apresentador Fausto Silva, o Faustão, reacendeu um problema sério no Brasil: a desinformação sobre o sistema de doação de órgãos. Nas redes sociais, comentários sugerindo que o comunicador teria “furado a fila” se espalharam rapidamente, mesmo após o Ministério da Saúde esclarecer que o procedimento seguiu todos os critérios técnicos.

Em Jaraguá do Sul, o tema preocupa especialistas. O Dr. Gustavo Polesso Noal, cirurgião da equipe de transplante do Hospital São José, alerta que esse tipo de boato pode desestimular famílias a autorizarem a doação.

“Cada vez que uma informação falsa circula, ela mina a confiança no sistema. E sem confiança, muitas famílias dizem não. Isso resulta em menos doações e mais vidas perdidas”, afirma o médico.

Não existe privilégio na fila

O médico explica que o Brasil possui um dos sistemas de transplante mais rigorosos do mundo, regulado pelo SUS e auditado constantemente.

“Não há como alguém ‘passar na frente’ só por ser famoso ou ter dinheiro. A seleção do receptor leva em conta critérios como gravidade do quadro, compatibilidade sanguínea e fatores técnicos. No caso do Faustão, o transplante era prioridade por ele já ter sido transplantado. Toda pessoa já transplantada tem prioridade caso necessite um outro transplante”, diz Dr. Gustavo.

Ele reforça que a fila não é definida apenas pela ordem de inscrição. “Se um paciente corre risco iminente de morte, ele passa a ter prioridade, seja ele quem for. É assim que salvamos mais vidas.

O impacto local das fake news

Segundo Dr. Gustavo, Jaraguá do Sul, como outras cidades do país, depende do “sim” das famílias para que a doação aconteça. “Mesmo com alta taxa de aceitação da ideia de doar, muita gente ainda não conversa com a família sobre isso. Quando a notícia falsa espalha desconfiança, a tendência é a negativa aumentar. É um efeito direto”, explica.

Ele destaca que, em Santa Catarina, a logística de captação e distribuição de órgãos é centralizada pela SC Transplantes, sem contato direto entre as equipes de diagnóstico e as de transplante. “Essa separação garante transparência total no processo.”

Dr. Gustavo Polesso Noal, cirurgião do Hospital São José, sorrindo e olhando para a câmera.
Dr. Gustavo Polesso Noal, cirurgião do Hospital São José, destaca a importância da confiança no sistema de doação de órgãos. | Foto: Arquivo pessoal

Confiar no sistema salva vidas

Dr. Gustavo faz um apelo para que a população busque informações em fontes confiáveis.

“O caso Faustão ganhou repercussão porque ele é uma figura pública. Mas para cada famoso, existem milhares de pacientes comuns que dependem dessa rede para viver. É por eles que precisamos proteger a verdade e combater a desinformação.”

Como isso impacta sua vida?

Quando a confiança no sistema de doação é abalada, menos famílias autorizam a retirada de órgãos, e mais pacientes morrem na fila. Em Jaraguá do Sul, cada doação pode salvar várias vidas. Informar-se e conversar com a família sobre o desejo de doar é uma decisão simples que pode mudar esse cenário.

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Max Pires

Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.

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