Cotidiano | 12/05/2025 | Atualizado em: 12/05/25 ás 15:41

Femusc 2026 já tem novidades confirmadas! Veja o que Alex Klein revelou ao JDV

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Divulgação/Femusc

Os preparativos para o Festival Internacional de Música de Santa Catarina 2026 estão a todo o vapor – e com grandes novidades. O renomado oboísta e diretor artístico Alex Klein esteve em Jaraguá do Sul na última semana para ajustar detalhes da 21ª edição do maior festival-escola de música erudita da América Latina. 

Em entrevista exclusiva para o JDV, ele adiantou o que vem por aí. O público pode esperar muita brasilidade e emoção, pois entre as novidades está uma ópera brasileira, inédita no festival, cantada completamente em português.

“Onheama”: uma ópera com alma amazônica

A grande estrela do Femusc 2026 será Onheama, obra do consagrado compositor carioca João Guilherme Ripper. A ópera, baseada em uma lenda indígena sobre o eclipse solar, traz a história da onça que engole o sol e do herói que precisa enfrentá-la para devolver a luz ao mundo. “Como toda lenda, é uma metáfora poderosa. Todos nós vivemos momentos de escuridão e precisamos encontrar dentro de nós o herói ou heroína capaz de trazer de volta o brilho”, explica Klein.

Além da temática envolvente, Onheama se destaca por sua representatividade e inovação. A direção cênica será assinada por Matheus Sabbá, jovem diretor amazonense de apenas 29 anos, que esteve no evento em 2025 como assistente de Harry Silverstein – habitual responsável pelas montagens líricas do festival. “O Mateus é um talento da nova geração, tem intimidade com as raízes amazônicas e uma visão moderna da ópera. Queremos dar espaço a essa renovação”, conta Klein.

Organizar uma ópera completa em apenas duas semanas é uma façanha, explica o maestro. Os preparativos para uma obra como Onheama começaram com quase um ano de antecedência; terá cerca de 1h30 de duração, e será memorizada pelos cantores selecionados já a partir de setembro, e ensaiada em ritmo acelerado durante o festival. “São cerca de 200 horas de ensaio só aqui em Jaraguá, com orquestra, direção de cena, iluminação e figurino. Mas tudo isso vale a pena”, resume Alex.

Divulgação/Femusc

É justamente por envolver tantos desafios e uma estrutura tão complexa que hoje o Femusc é o único festival de música do Brasil a montar uma ópera com experiência completa: orquestra no fosso, iluminação cênica, cenário, figurino e urdimento de teatro. Um verdadeiro feito técnico e artístico que só é possível graças ao investimento em tecnologia de ponta feito no teatro da Scar e ao apoio da iniciativa privada em Jaraguá do Sul.

“A gente consegue brincar com luzes, trocar cores de cena, fazer mágica no palco porque alguém lá atrás decidiu colocar o que há de melhor em equipamento técnico. Isso virou parte do diferencial do festival – e motivo de orgulho para a cidade”, destaca Alex Klein.

Novos professores, espaço para a cultura russa

Outra novidade para o ano que vem será a chegada de quatro novos professores, incluindo dois nomes russos. A ideia é ampliar as oportunidades de intercâmbio e estudo para os alunos da América Latina em países como Rússia e, futuramente, China.

Entre os confirmados, estão Erkin Yusoupov, professor do prestigiado Conservatório Tchaikovsky de Moscou, e que também é solista do Teatro Bolshoi; e a violinista russa Ksenia Dubrovskaya.  “Queremos abrir novas rotas para nossos alunos, fora dos caminhos tradicionais que hoje estão mais difíceis, como os Estados Unidos”, explica Klein.

Divulgação/Femusc

A programação de 2026 também contará com a violoncelista coreana Minna Chung, professora no Canadá e referência em ensino moderno de seu instrumento; e novamente a participação de Craig Mumm, Violista Principal Associado da Metropolitan Opera Orchestra de Nova York. Ao todo, serão 39 professores e nove assistentes, reforçando o prestígio do festival como um centro de excelência internacional.

Femusc como movimento de acolhimento

Para Klein, o Femusc ultrapassa o conceito de evento musical. “É um movimento. É como se fosse uma fazenda onde a gente planta e colhe ao longo das gerações. Hoje temos alunos cujos professores já foram alunos aqui”, diz com orgulho. Em 2025, foram 1.700 inscrições de 33 países, dos quais 27 estiveram presentes. Não à toa que leva o título de maior festival-escola da América Latina.

Além dos palcos, o festival se espalha por hospitais, praças, centros sociais e em penitenciária, com dezenas de concertos externos. “Nossa música precisa ser inclusiva. A desigualdade na América Latina é gritante. Queremos que nossos alunos levem o modelo de Jaraguá para suas cidades e voltem transformados”, resume.

Maria Eduarda Günther/JDV

Com isso, Klein reforça o poder que a música tem de impactar a vida das pessoas, e relembra como ela o fez em sua própria trajetória. Quando na infância teve que lidar com dificuldade de aprendizagem, encontrou na arte um caminho de superação. “A música literalmente salvou minha vida. E é com ela que tento resolver os problemas que não entendo na sociedade; com harmonia, criatividade e beleza”.

Com novidades ousadas, inclusão cultural e excelência artística, o Femusc promete ser mais uma edição memorável em 2026 – e, mais uma vez, Jaraguá do Sul será o centro do mundo da música.

Como isso impacta sua vida?

O maior festival-escola da América Latina reafirma sua missão de unir excelência musical e impacto social. Um movimento que transforma Jaraguá do Sul em um polo de arte e aprendizado, deixando marcas que vão além do palco.

Ao abrir espaço para experiências culturais acessíveis e de altíssima qualidade, o Femusc amplia horizontes, inspira futuras gerações e reforça o poder da música como ferramenta de educação, inclusão e transformação social. Com acesso gratuito, promove inclusão, valoriza talentos brasileiros e inspira novas gerações por meio da música.

Gabriela Bubniak

Jaraguaense de alma inquieta e jornalista apaixonada por contar boas histórias. Tenho fascínio por livros, música e viagens, mas o que me move é viver a energia de um bom futsal na Arena e explorar o que há de melhor na nossa terrinha.

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