Futsal: Goleiro Willian relembra início na base de Jaraguá do Sul
Ídolo do Joinville e campeão do mundo com o Brasil falou sobre viver na Rússia
Foto: CEEJ/Divulgação
Em entrevista ao Globo Esporte da NSC TV nesta semana, o goleiro Willian Felipe Dorn, de 30 anos, que é natural de Jaraguá do Sul e ídolo do rival Joinville, relembrou o começo da trajetória no CEEJ, quando tinha parceria com o Jaraguá Futsal.
“Na época jogava sexta-feira à noite, sábado de manhã e sábado à tarde e ali com 15 anos a gente já viajava de micro-ônibus, que era luxo para escolinhas, ficava em hotel, a gente tinha uma estrutura muito grande”, relembrou o goleiro do Brasil.
“Nosso sonho era virar jogador de futsal, porque tinham grandes atletas que a gente podia se espelhar. Eu era gandula na época da Malwee, então vi Tiago, Franklin e vários goleiros que atuaram em Jaraguá do Sul”, completou Willian Felipe Dorn.
Antes de estrear no profissional da Locomotiva Amarela, o jovem atleta Willian foi para o Joinville, onde ficou por mais de 10 anos e conquistou uma Liga Nacional de Futsal (LNF), uma Supercopa, uma Taça Brasil e quatro Campeonatos Catarinenses.
Ele também se desenvolveu como um dos maiores goleiros do país e, a partir de 2021, virou figura carimbada nas convocações da Seleção Brasileira. No ano passado, ganhou a Copa do Mundo de futsal e hoje tenta se adaptar ao estilo de vida da Rússia.

No Ártico
Willian se despediu do Joinville como um dos grandes ídolos e partiu para o primeiro desafio fora do país: o Norilsk Nickel, da Rússia. Ele contou como é jogar no frio de -40°C do Ártico, o estilo de vida por lá e também comparou com o futsal brasileiro.
Conteúdos em alta
Willian está se adaptando com o longo deslocamento, por se tratar de um país com dimensões continentais, além da temperatura. A única maneira de chegar onde ele atua é por avião, a cidade não tem conexão rodoviária com o restante do país russo.
“Moramos perto da capital Moscou, mas eu viajo para jogar na cidade sede do clube, por umas quatro horas de voo, mais fuso horário, o café da manhã é 14h, o almoço 19h, o jantar é lá pela meia-noite e a gente vai dormir umas 5h”, comentou o goleiro brasileiro.
O frio
A temperatura média de Moscou é de 5,7°C, sendo um inverno rigoroso e um verão que pode alcançar até 30°C. Já Norilsk é sempre frio, a média anual é de -10°C. “Como a cidade fica no Ártico, no verão fica dia por 24 horas e no inverno são 60 ou 67 dias de noite, se eu não me engano”, recordou. “Além disso, eu peguei -43° C, foi o mínimo até aqui. Tem algumas coisas que são complicadas, mas vai se adaptando, é um país muito bom de morar”, declarou.

Outro ponto crucial para a adaptação é o idioma, o russo é um vocabulário muito diferente do português, mas Willian está dando jeito. “Meio que mistura tudo, aprende uma palavra russa e fala em inglês alguma coisa. A gente tem tradutor no clube também, que ajuda no trabalho e está sempre ali”, afirmou. “Tenho a facilidade de estar com o Nando (brasileiro naturalizado russo), o tradutor às vezes não consegue ter essa malandragem do jogo”, acrescentou.
Em quadra, não precisa de muita adaptação, Willian vê a LNF, aqui do Brasil, um degrau acima da Liga Russa. “É uma liga forte, existem bastante jogadores bons e é um jogo mais físico. Porém, a parte tática e preparação física eu tenho certeza que a gente tá na frente deles, não só daqui da Rússia, mas de todos os outros países. O Brasil ainda consegue ter mais efetividade, questão de marcação, um ataque organizado e bolas paradas”, finalizou Willian.
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Felipe Junior
Sou Felipe Junior, jornalista formado, na Universidade Regional de Blumenau (Furb), pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Multimídias, na Anhembi Morumbi, em São Paulo.