Guaramirim 76 anos: desvendamos os sonhos e planos para o futuro da cidade
Foto: Divulgação/Prefeitura de Guaramirim
Nesta quinta-feira, 28 de agosto, Guaramirim completa 76 anos de história, com orgulho das conquistas que transformaram o município no que ele é hoje: uma cidade que cresceu e ainda tem muito potencial de desenvolvimento. Mas, além das comemorações, a data convida a uma reflexão importante: o que se aprendeu até aqui, e que caminhos seguir nas próximas décadas?
Afinal, o que os guaramirenses realmente esperam do futuro? O que precisa mudar, melhorar ou ser preservado para garantir qualidade de vida às próximas gerações? Essas perguntas costumam ganhar espaço nas ruas, nas escolas e nos gabinetes, e revelam uma comunidade atenta, crítica e com sede de planejamento.
Nesta matéria especial de aniversário, reunimos vozes que representam diferentes setores da comunidade para entender o que move os sonhos coletivos da cidade. O resultado é um retrato cheio de afeto, propostas concretas e ideias que apontam para uma Guaramirim mais inclusiva, inovadora e com identidade própria.

Expectativa de crescimento, com nova identidade
Um dos principais movimentos estruturais que simbolizam esse desejo por um futuro melhor é a criação do Masterplan Guaramirim 2050, um plano diretor de longo prazo que busca guiar o crescimento do município com responsabilidade, visão técnica e participação popular.
Desenvolvido a partir de uma série de reuniões com moradores, o projeto considera desde o uso do solo e infraestrutura urbana até vocações econômicas, qualidade ambiental e mobilidade. A coordenação do plano está nas mãos de uma equipe de urbanistas com reconhecimento nacional, liderada por Guto Índio da Costa e Luiz Eduardo Índio da Costa, responsáveis por projetos urbanos emblemáticos no Brasil.
Para o prefeito Adriano Marcel Zimmerman, esse é o momento em que planejamento e sonho se encontram.
Conteúdos em alta
“Sou apaixonado por Guaramirim e, hoje, como prefeito, tenho a alegria de estar vivendo o momento que vai transformar nossa cidade no que sempre sonhamos. Nosso propósito é torná-la um polo de desenvolvimento industrial e tecnológico, complementar às cidades vizinhas, mas com identidade própria”, afirma.
Ele destaca que o Masterplan é a principal ferramenta para essa virada, afinal ele representa um pacto sobre o que cidade quer ser nos próximos 25 anos. “Estamos desenhando o futuro de forma responsável e inovadora. Guaramirim será uma cidade diferenciada, mais atrativa e com qualidade de vida para todos.”

Ele também reforça outro pilar do plano: o compromisso com o meio ambiente e a integração urbana. “Vamos valorizar as áreas verdes, criar parques públicos, integrar o espaço urbano à natureza, garantir serviços de qualidade e bem estruturados.”
E conclui com um olhar para a gestão pública: “Queremos transformar Guaramirim em referência de eficiência e oportunidades de crescimento para toda a população.”
O que os jovens esperam para o futuro?
Se a gestão municipal está debruçada sobre grandes planos de infraestrutura e desenvolvimento urbano, os jovens da cidade também estão pensando no futuro, mas com foco no que pode tornar Guaramirim mais humana, acessível e igualitária no dia a dia de quem vive aqui.
No projeto Câmara Mirim, os jovens vereadores exercem um papel simbólico, mas poderoso: o de representar vozes que nem sempre são ouvidas com prioridade. E quando perguntados sobre o que sonham para os próximos anos, as respostas são diretas, sensíveis e repletas de consciência social.
Kauani Mendes das Neves, de 14 anos, é estudante da Escola São Pedro Guamiranga e tem deficiência visual. Ela usa sua posição como vereadora mirim para cobrar mais inclusão e acessibilidade no planejamento da cidade.
“Espero que a cidade melhore nas questões de saúde pública, inclusão social, melhorar a acessibilidade das ruas e calçadas, trazer mais oportunidades de cultura e lazer para pessoas PCD e também mais oportunidades de emprego”, destaca.
Kauani também chama atenção para outro ponto pouco falado: a valorização da zona rural. “Promover mais assistência e incentivo aos agricultores da cidade é uma forma de reconhecer quem sustenta boa parte do que consumimos.”

Já Andressa Marcarini, representante da Escola Almirante Tamandaré, compartilha o desejo de ver uma cidade que continua crescendo, mas sem perder a essência acolhedora que define o município.
“O que eu desejo é que Guaramirim continue crescendo, sim, mas sem perder o seu lado acolhedor, que é uma das coisas mais bonitas daqui. E que esse progresso venha com mais inclusão, oportunidades para todos e cuidados com o meio ambiente.”
Andressa também acredita que uma cidade só se fortalece de verdade quando seus moradores se sentem parte dela: “Quero ver uma cidade onde ninguém fique invisível e onde cada pessoa sinta que pertence aqui. O futuro que imagino é de união e progresso, porque uma cidade só cresce de verdade quando todo mundo cresce junto.”

Lara Sthefany Schelepka, vereadora mirim e estudante do Colégio Carrossel, fala com carinho da cidade onde sempre viveu, mas não deixa de apontar o que precisa melhorar.
“Gosto muito de morar aqui, mas algumas áreas ainda enfrentam dificuldades. A saúde, por exemplo, é um grande desafio. Muitos moradores ainda precisam ir para outras cidades para conseguir atendimento ou exames.”
Ela também chama atenção para a desigualdade no acesso aos serviços básicos. “Muitas instituições estão concentradas no centro, enquanto bairros mais afastados não têm nem linha de ônibus. Isso isola parte da população.”
Para Lara, o futuro de Guaramirim passa por mais investimento em saúde, transporte e educação – principalmente para quem vive longe do centro.

Cultura como investimento essencial
Enquanto se desenha modelos ideais de infraestrutura, inclusão e acesso a direitos, a cultura também aparece como um pilar essencial nesse processo.
Quem reforça essa visão é Pedro Hackbarth, comunicador e produtor cultural, que, junto com sua companheira, Indianara Djhones, idealizou o movimento “Quero Rolê“ – uma iniciativa que tem sacudido a cena local com eventos alternativos que reúnem música, arte, moda e gastronomia locais.
Morador a cidade desde sempre, ele tem um vínculo profundo com a história, os símbolos e os personagens da cidade. “Como cidadão e também como alguém que atua na área cultural e de entretenimento, espero que Guaramirim continue crescendo de forma organizada, valorizando seus artistas e sua história”, diz.
Para ele, a cultura deve ser tratada como política pública, não como gasto, pois é uma forma de proporcionar bem-estar à comunidade.
“É importante ampliar os espaços de lazer e convivência, como praças, teatros e centros culturais. Isso reflete diretamente na qualidade de vida da população.”

Ele também chama atenção para o papel simbólico das manifestações culturais no sentimento de pertencimento. “Tenho um apreço especial pelas histórias da cidade e pelo nosso patrimônio, que se expressa na música, nos eventos e no esporte. Quando a cidade valoriza esses aspectos, valoriza também as pessoas que fazem parte dela.”
Cada pessoa enxerga Guaramirim por um ângulo único e, uma coisa é fato: toda cidade é feita por quem vive nela. Por isso, queremos ouvir você: na sua opinião, o que falta na cidade? Ou, o que mais te orgulha e todo mundo deveria saber/conhecer?
Escreva sua história ou sugestão para redacao@nascecom.com.br; vamos adorar conhecer sua visão. E, quem sabe, deste contato não sai mais uma pauta incrível sobre Guaramirim? ;)
Como isso impacta sua vida?
Esta matéria mostra que Guaramirim segue em movimento. Há planos concretos, pessoas engajadas e uma cidade inteira querendo fazer acontecer. Do poder público aos jovens, artistas e moradores, há um desejo coletivo de ver a cidade crescer com propósito, inclusão e identidade.
Maria Eduarda Günther
Jornalista em formação na FURB, nascida em Jaraguá. Cresci entre filmes, livros e peças teatrais. Após criar conteúdo para redes socias sobre Formula 1 e esportes descobri a paixão por jornalismo e a área de comunicação. Nunca perco a oportunidade de conhecer novos lugares e novas histórias por ai.