Cotidiano | 14/08/2025 | Atualizado em: 14/08/25 ás 17:12

A história de amor catarinense que fez de Lages a capital do turismo rural

Entre paisagens serranas e tradições centenárias, este romance moldou o turismo rural no Brasil

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A história de amor catarinense que fez de Lages a capital do turismo rural

Neste dia 15 de agosto, Dia de Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira de Lages, a Serra Catarinense traz uma história especial: a trajetória de Tânia Ávila e Laélio Bianchini. Um casal que não só viveu um amor duradouro, mas ajudou a criar um modelo de turismo rural que hoje se espalha por todo o Brasil.

O palco dessa história é a bicentenária Fazenda do Barreiro, referência nacional no segmento e exemplo para propriedades rurais de outras regiões, inclusive no Vale do Itapocu, onde o turismo rural vem ganhando força nos últimos anos.

O cenário onde tudo começou

Fotos: Divulgação Prefeitura de Lages

Campos forrados de araucárias, copas carregadas de pinhão, geadas no inverno e riachos que refrescam o verão. Uma ponte de madeira rústica, ideal para fotos, e o canto de quero-queros e curucacas compondo a trilha sonora. No pasto, cães, gatos, gado e ovelhas convivem em harmonia.

Dentro da casa de madeira antiga, fumaça sai pela chaminé. No fogão a lenha, pinhão assa enquanto o café coado no pano perfuma o ar. Pão caseiro com mel, bolo de cenoura, rosca de coalhada, bolinho de chuva, orelha de gato e sopinha de feijão enchem a mesa. É um retrato vivo da vida no campo.

O turismo rural começa em Lages

Em 1985, a Fazenda do Barreiro começou a servir almoços típicos. Um ano depois, passou a receber hóspedes, tornando-se, ao lado do Hotel Fazenda Pedras Brancas, pioneira no turismo rural brasileiro.

O movimento nasceu de um desejo: manter os visitantes mais tempo na região. Na época, grupos vindos de São Paulo para Gramado paravam em Lages para almoçar e assistir a danças, mas queriam mais — e não havia estrutura para hospedagem. Foi assim que tudo começou.

História e tradição preservadas

Fundada em 1763 pelo português José Joaquim Pereira, a fazenda é administrada pela oitava geração da família. Dois museus guardam centenas de objetos que narram mais de 200 anos de história. Entre as curiosidades, estão as casas de pedra de taipas e a camélia no jardim, símbolo das fazendas abolicionistas.

Um amor tão resistente quanto as taipas

Casados há 60 anos, Tânia e Laélio dividem não só uma vida, mas uma missão: preservar a tradição e receber visitantes como se fossem da família. Laélio, que nasceu na Fazenda Morrinhos, deixou a carreira de contador para se dedicar ao campo.

Entre as memórias, guarda o diploma de Honra ao Mérito recebido em 1981. Tânia, herdeira das terras, foi professora e hoje cuida da cozinha, do atendimento e da gestão da fazenda.

Momentos que viraram lenda

O casal coleciona histórias: do primeiro beijo dado em um balanço branco na casa da família à reconciliação depois de uma breve separação — quando Tânia se hospedou a poucos metros de casa, na pousada da fazenda.

A rotina inclui café na cama todos os dias, longas conversas à beira da lareira e olhares que dispensam palavras.

A Fazenda do Barreiro já recebeu turistas de toda a América do Sul e de países como Suíça, Alemanha, Inglaterra, França e Bélgica. Muitos voltam há mais de 20 anos, atraídos pela combinação de hospitalidade, natureza e cultura.

O impacto além das cercas

Cavalgadas pela Coxilha Rica, gastronomia típica, apresentações de música e dança, museus e até um plátano de 124 anos são atrações que mostram como é possível transformar a tradição em experiência turística.

No Norte de Santa Catarina, modelos como o da Fazenda do Barreiro inspiram propriedades a investir no turismo rural, valorizando a história local e criando novas oportunidades econômicas.

Como isso impacta sua vida?

Conhecer a história de Tânia e Laélio é entender que amor, visão e respeito às tradições podem gerar impacto real para uma região. O turismo rural é uma alternativa econômica e cultural que fortalece comunidades, preserva memórias e cria novas formas de receber bem quem vem de fora.

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Max Pires

Já criei blog, portal, startup… e agora voltei pro que mais gosto: contar histórias que fazem sentido pra quem vive aqui. Entre um café e um latido dos meus cachorros, tô sempre de olho no que importa pra nossa cidade.

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