Cotidiano | 30/09/2025 | Atualizado em: 30/09/25 ás 15:48

Exposição gratuita revela histórias invisibilizadas de costureiras de Jaraguá; veja detalhes!

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Exposição gratuita revela histórias invisibilizadas de costureiras de Jaraguá; veja detalhes!

Foto: Sabrina Marthendal/Divulgação

Em uma cidade moldada pela indústria têxtil, a artista jaraguaense Bina Aparecida decidiu olhar para questões mais profundas: as memórias, dores e sonhos das mulheres que moldaram Jaraguá do Sul por trás das agulhas e tecidos.

É assim que nasce o projeto “Do Ventre à Raiz” (DVAR), um encontro entre arte, escuta e ancestralidade que se transforma em exposição e espetáculo nos dias 15, 16 e 17 de outubro em três espaços culturais da cidade. A iniciativa, realizada por Bina através da Cia. Divalhaças, dá voz às histórias de oito costureiras jaraguaenses, transformando experiências pessoais em expressão coletiva.

A relação com a costura vem de casa: Bina herdou da avó o contato com os tecidos, os moldes e as linhas. Por muito tempo, viu a costura como um destino que precisava evitar. Mas, com o tempo, compreendeu que poderia resignificar esse ofício e usá-lo como ferramenta de criação artística.

“Meu grande medo era ser costureira. Sempre sonhei em ser artista e conhecer o mundo, mas percebi que uma coisa não anula a outra”, relata. Com esse entendimento, surgiu a ideia de ouvir outras mulheres que, como sua avó, viveram e vivem da costura.

Artista Bina Aparecida como palhaça Rouse Lopes com véu transparente em performance do projeto DVAR
Foto: Sabrina Marthendal/Divulgação

A artista reuniu relatos de mulheres de diferentes idades e trajetórias. Da mais jovem em início de carreira à mais experiente ainda em atividade, muitas das entrevistadas fazem parte do círculo pessoal de Bina: amigas, vizinhas, parentes. Foram conversas regadas a café, confiança e partilha. Histórias que, embora individuais, revelam um pano de fundo comum de silenciamento e resistência.

Da agulha ao palco

A costura, no projeto DVAR, não é apenas uma técnica, mas um ato político e poético. Em tempos nos quais as mulheres eram impedidas de acessar o mercado de trabalho formal, a agulha representou independência, renda e dignidade. Em Jaraguá do Sul, centro industrial têxtil, essa história se repete em diversas casas e fábricas.

“Fala-se muito sobre os produtos que saem daqui, mas pouco sobre a vida das mulheres por trás de cada máquina”, destaca Bina.

As memórias coletadas foram transformadas em elementos simbólicos: tecidos, objetos, fotos e registros compõem uma exposição interativa que dialoga com a performance “DVAR”. No palco, a palhaça Rouse Lopes, personagem interpretada por Bina, compartilha sua própria história, entrelaçada com lembranças da avó costureira.

Exposição e espetáculo em três espaços culturais

A itinerância do projeto inclui o Centro de Artes Integradas (CAI), o CEU das Artes e o IFSC de Jaraguá do Sul. Em cada local, o público terá acesso à exposição e, em seguida, à apresentação do espetáculo, ambas com entrada gratuita. A proposta é criar um espaço de escuta, afeto e cura.

O projeto é financiado pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), com apoio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Jaraguá do Sul, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Agenda do projeto DVAR – Do Ventre à Raiz:

  • 15/10 (quarta-feira)
    Local: CAI – Centro de Artes Integradas (Rua Reinoldo Rau, 289)
    Horários: Exposição 19h | Espetáculo 20h
    Ingressos: Sympla CAI
  • 16/10 (quinta-feira)
    Local: CEU das Artes (Rua Adão Noroschny, 516 – Vila Lenzi)
    Horários: Exposição 19h | Espetáculo 20h
    Ingressos: Sympla CEU
  • 17/10 (sexta-feira)
    Local: IFSC Jaraguá do Sul – Centro (Av. Getúlio Vargas, 830)
    Horários: Exposição 18h30 | Espetáculo 19h30
    Ingressos: Sympla IFSC

Como isso impacta sua vida?

Dar visibilidade às histórias de mulheres que moldaram a identidade de Jaraguá do Sul é um ato de memória e justiça histórica. O projeto DVAR não é apenas um espetáculo ou exposição: é uma oportunidade de enxergar a cidade com outros olhos e reconhecer a potência criativa e resistente das mulheres costureiras.

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Maria Eduarda Günther

Jornalista em formação na FURB, nascida em Jaraguá. Cresci entre filmes, livros e peças teatrais. Após criar conteúdo para redes socias sobre Formula 1 e esportes descobri a paixão por jornalismo e a área de comunicação. Nunca perco a oportunidade de conhecer novos lugares e novas histórias por ai.

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