A jaraguaense que superou dores e traumas e agora ajuda as pessoas a viverem plenamente
Fotos: Arquivo pessoal
Carreira de sucesso, estabilidade financeira, ter filhos, uma família unida… Para muitas pessoas, esses são os pilares que definem a felicidade. A jaraguaense Vivianne Medeiros, de 44 anos, também acreditava que estava trilhando o caminho certo rumo a uma vida plena e completa. Mas no meio de todas as conquistas e realizações, passou a sentir um vazio emocional sem explicação.
“Eu tinha tudo, mas sentia que algo me impedia de viver minha vida com total plenitude”, compartilha Vivianne.
Esse vazio, que se tornava cada vez mais intenso com o passar o tempo, e foi o que a levou a buscar a raiz do problema que nem mesmo ela sabia qual era. Com muito estudo e ajuda, Vivianne descobriu que o que sentia não tinha relação com a vida material, mas um bloqueio interno que ela não conseguia identificar até então.
Foi quando começou a procurar formas de desvendar e enfrentar essas feridas e a se reconectar consigo mesma. Hoje, ela utiliza essa jornada de autoconhecimento para ajudar outras pessoas a se libertarem e encontrarem o equilíbrio emocional.
Neste conteúdo especial, o JDV conta a jornada de Vivianne para lembrar a importância do cuidado com a saúde mental em 2025. Histórias como esta podem servir de impulso para quem precisa de forças e ajuda para superar desafios internos e se conhecer melhor para viver mais feliz.
O desconforto que ninguém enxergava
A vida de Vivianne chegou a ser, de fato, um exemplo do que a maioria deseja na vida moderna. Empresária, com segurança financeira, casada há 20 anos e mãe de três filhos, ela parecia ter alcançado a plenitude; porém o que poderia ser aquele conflito interno que a angustiava tanto sem saber o motivo?
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“As pessoas olhavam para mim e viam uma mulher realizada. Eu mesma me via assim, mas sentia um peso, uma insatisfação, algo que me dizia que eu não estava plena. Não sabia o que era, mas sabia que estava ali”, lembra.
Esse desconforto começou a se manifestar de maneiras sutis: uma sensação de cansaço constante, momentos de frustração sem explicação, e até sintomas físicos.
“O meu corpo começou a gritar por ajuda. Eu tinha dores nas costas que não sumiam, desequilíbrios hormonais que ninguém conseguia explicar”, ela conta.
Foi quando Vivianne entendeu que o que estava acontecendo não era apenas físico, mas algo muito mais profundo. Então, decidiu buscar ajuda. Apesar de não saber bem por onde começar, só tinha a certeza de que não queria continuar se sentindo assim.
Ao procurar por alternativas, ela descobriu a Constelação Sistêmica Familiar, uma abordagem terapêutica que trabalha as relações familiares e as energias emocionais carregadas por gerações. “No início, parecia um conceito estranho, mas conforme fui me aprofundando, entendi o poder de olhar para o meu passado, para a minha história e a do meu sistema familiar “, revela.
Desvendando as raízes emocionais: processo de cura
Vivianne relata que, ao entrar no processo de constelação, foi como se começasse a enxergar a vida de uma maneira completamente nova. Ela descobriu que estava carregando não somente dores da infância, mas também de gerações passadas; coisas que não eram exatamente dela, mas mesmo assim estavam ali.
Quando entendeu que, ao longo dos anos, havia sido moldada por histórias não resolvidas da própria família, passou a reconhecer e digerir os traumas, ausências e padrões emocionais que se repetiam em diferentes pessoas e gerações.
“Eu via minhas questões se refletindo nas minhas relações, na forma como eu reagia a certos estímulos. A cada constelação, eu me libertava um pouco mais”, diz.
O processo a fez entender que muitas das suas dificuldades não eram pessoais, mas eram reflexos de um padrão emocional herdado. Assim, foi possível honrar essas histórias e devolvê-las aos seus lugares. “Fui capaz de ver o amor que estava escondido em tudo isso. Foi uma forma de curar não só a mim, mas também a ancestralidade que vive em mim; me reconectei com a minha essência e ganhei leveza para seguir em paz”, reflete.

Espiritualidade: a força que sustenta a jornada
Ao longo dessa jornada de autodescoberta, Vivianne percebeu que a espiritualidade era um elemento essencial para o seu processo de cura. “A espiritualidade para mim não está ligada a religião; não é algo rígido ou limitador. É sentir a conexão com o que é maior, com a vida que está em mim e ao meu redor”, compartilha.
Desta forma, ela encontrou força em momentos simples, como a meditação, a oração e até mesmo na conexão com a natureza e a família.
“Eu comecei a perceber Deus em tudo: na brisa que entra pela janela, no sorriso dos meus filhos, no silêncio que me permite refletir”, diz Vivianne.
A espiritualidade se tornou sua fonte de equilíbrio, permitindo que ela vivesse com mais leveza e presença. “Antes eu vivia no piloto automático, agora, sou mais presente. A espiritualidade me ensina a estar no momento, a aproveitar cada passo da minha jornada”, ela completa.

O poder da transformação e o novo propósito
Hoje, Vivianne Medeiros é uma mulher transformada. Ela não só superou o vazio que a consumia, mas também encontrou um novo propósito em sua vida. Agora, como consteladora sistêmica, ela ajuda outras pessoas a encontrarem sua própria cura, utilizando as ferramentas que ela mesma experimentou e validou em sua trajetória.
“Eu vejo nas pessoas o que eu vi em mim. O vazio, a dor, o peso do passado. E eu sei que, assim como eu, elas podem se libertar”, diz com um sorriso tranquilo.
Vivianne tornou-se, então, uma defensora do autoconhecimento e da cura emocional. Por isso, além de empresária ela agora também é consteladora sistêmica e ajuda outras pessoas a se libertarem das amarras que a sociedade, a família e até elas mesmas impuseram.
“Minha missão agora é mostrar que a cura é possível. Que todos nós temos o poder de transformar nossa história e encontrar paz interior.”
Como identificar bloqueios e cuidar da mente?
Mesmo com uma rotina agitada, Vivianne acredita que ser possível cuidar da mente e encontrar equilíbrio. Para ela, o primeiro passo é simples, mas transformador: fazer uma pausa consciente pela manhã.
“Deixe o celular de lado por alguns minutos, respire fundo, agradeça e faça afirmações positivas. Esse ritual diário mudou a forma como encaro meus dias. Pequenos hábitos geram grandes mudanças”, compartilha Vivianne.
Mas para quem se sente perdido, e não sabe exatamente o que está causando essa sensação, Vivianne sugere prestar atenção em um padrão comum entre as pessoas: o sentimento de não pertencimento e a autocobrança excessiva.
“Muitas pessoas vivem em uma busca incessante para dar conta de tudo, na tentativa de serem amadas ou validadas, muitas vezes sem perceber que estão repetindo padrões antigos, herdados sem saber. Quando essas dinâmicas se tornam conscientes, o processo de cura começa de verdade, permitindo a verdadeira transformação interna.”
A consteladora reforça que ninguém precisa carregar os seus fardos sozinho. Ela acredita que o caminho para a cura começa quando se decide olhar para si com amor e se permitir ser ajudado, pois fugir da dor não a cura, apenas adia.
>> Mais sobre Vivianne Medeiros: formada em Ciências Contábeis, possui duas pós-graduações, uma em Liderança e Coaching, e outra em Terapias Sistêmicas. Ao longo da sua trajetória completou diversas formações em desenvolvimento humano, como Eneagrama, PNL e Constelação Sistêmica Familiar, e atualmente está se especializando em Constelação Empresarial para também atuar nas empresas.
Siga no Instagram: @vivimorasmedeiros
Como isso impacta sua vida?
A história de Vivianne serve de inspiração a quem busca cura e transformação. Ela é prova viva de que, por mais árduo que seja o caminho, é possível superar traumas, encontrar a paz interior e viver com mais presença e propósito.
Gabriela Bubniak
Jaraguaense de alma inquieta e jornalista apaixonada por contar boas histórias. Tenho fascínio por livros, música e viagens, mas o que me move é viver a energia de um bom futsal na Arena e explorar o que há de melhor na nossa terrinha.