Saúde

Julho Amarelo alerta para prevenção contra hepatites

O SUS oferece tratamento para todos, independente do grau de lesão do fígado.

28/07/2020

O “Julho Amarelo”, instituído em 2010 pela Organização Mundial da Saúde, visa conscientizar sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento das hepatites virais.

As hepatites virais são inflamações do fígado causadas por vírus que são classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, mais de 70% (23.070) dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%).

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O SUS oferece tratamento para todos, independente do grau de lesão do fígado. Muitas pessoas são portadoras do vírus B ou C e não sabem.

Em muitos casos, não há nenhum sintoma e isso aumenta os riscos da infecção evoluir e se tornar crônica, causando danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é tão importante fazer os exames. O diagnóstico pode ser feito por testes rápidos que dão o resultado em minutos. Também existem exames feitos em laboratório.

Este cuidado é ainda mais importante nos seguintes casos: pessoas que não se imunizaram para hepatite B; ou que têm mais de 40 anos e que podem ter se exposto ao vírus da hepatite C no passado (transfusão de sangue, cirurgias). Pessoas portadoras de diabetes Mellitus tipo II também devem realizar o teste, pois estudos recentes demostraram a relação entre a infecção pelo vírus C e esta doença.

Sintomas

As hepatites são doenças que na maioria dos casos não apresentam sintomas, mas, quando estes estão presentes podem ser:

-Cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura, fezes claras

Diagnóstico – teste rápido

O diagnóstico e o tratamento precoces podem evitar a evolução da doença para cirrose ou câncer de fígado.

No município de Jaraguá do Sul todas as unidades básicas de saúde realizam o teste rápido de hepatites virais B e C, que fica pronto em poucos minutos. Além das Unidades de Saúde, o município conta com um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado no piso superior do Pama I do Czerniewicz, com demanda livre para realização de testes rápidos.

Pré-natal – A gestante deverá fazer o teste de hepatite B no pré-natal e iniciar o esquema vacinal o mais rapidamente possível, pois a vacina é segura mesmo na gestação e está altamente indicada. Caso a gestante esteja com hepatite fará a tratamento para mãe e profilaxia para o bebê. Após o nascimento o bebê fará a primeira dose da vacina e receber a imunoglobulina anti-hepatite B nas primeiras 12 horas de vida e complementar o esquema vacinal do calendário da criança.

Prevenção

Vacina – A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B, entretanto, quem se vacina para o tipo B, se protege também para hepatite D, e está disponível gratuitamente no SUS. Para os demais tipos de vírus não há vacina e o tratamento é indicado pelo médico.

Hepatite A – A vacina está disponível no SUS, sendo oferecida no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias), e também para pessoas de qualquer idade que tenham: hepatopatias crônicas de qualquer etiologia incluindo os tipos B e C; coagulopatias; pessoas vivendo com HIV; portadores de quaisquer doenças imunossupressoras; doenças de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplante de órgãos; doadores de órgãos, cadastrados em programas de transplantes; pessoas com hemoglobinopatias.

Hepatite B: em crianças, é dada em quatro doses: ao nascer, 2,4 e 6 meses. Para os adultos que não se vacinaram na infância, são três doses a depender da situação vacinal.

É importante que todos que ainda não se vacinaram tomem as três doses da vacina da Hepatite B. Verifique a sua situação vacinal: vá até a Unidade de saúde do seu bairro e leve a sua carteirinha de vacinação.

Formas de transmissão

Transmissão por contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D);

Transmissão vertical (da mãe para o bebê): pode ocorrer durante a gravidez e o parto (hepatite B, C e Delta) A amamentação não está contraindicada.

Transmissão sexual: relação sexual desprotegida (hepatite A, B, C e Delta);

A transmissão por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, muito comum no passado é atualmente considerada rara. Isso se dá pelo fato de atualmente haver um maior controle, com a melhoria das tecnologias de triagem de doadores e sistemas de controle de qualidade mais eficientes.

Tratamento

A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer.

A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. Todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar.

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