Liderança feminina: a jaraguaense que desafiou padrões e hoje gerencia mais de 2 mil pessoas
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Por trás de uma das maiores estruturas empresariais de Jaraguá do Sul, está uma mulher jovem, preparada e determinada a fazer diferente. A Agricopel, empresa com mais de quatro décadas de história nos setores de combustíveis, distribuição e serviços, hoje é liderada por Ana Clara F. Chiodini, que representa uma nova geração de executivos preocupados com cultura, sucessão e impacto real na vida das pessoas.
Mais do que um cargo, a trajetória de Ana reflete escolhas conscientes, que passam por abdicar de privilégios para construir autoridade com base em preparo e propósito.
No episódio 2 do podcast O Investidor com Propósito, a jovem abriu o coração para contar a própria trajetória e os desafios do universo do empreendedorismo familiar. E mostrou que gestão vai muito além de comandar e orientar, mas alimentar um legado.
Escolhas que moldam a liderança
A decisão de trilhar, anteriormente, um caminho fora da empresa da família foi essencial para que Ana Clara chegasse ao cargo de CEO com segurança, maturidade e visão estratégica. Atuando em outras organizações, ela desenvolveu habilidades técnicas e fortaleceu a autonomia; elementos que hoje são centrais na forma como conduz a Agricopel.
Ao retornar, não assumiu um cargo de liderança de imediato. Preferiu se aproximar da operação, entender os bastidores, ouvir os colaboradores e participar da rotina de diferentes áreas. Isso permitiu que construísse uma visão sistêmica do negócio e um relacionamento genuíno com a equipe — aspectos que hoje se refletem em um estilo de gestão mais participativo, horizontal e confiável.
Conteúdos em alta
“Eu não queria ser vista apenas como filha do dono. Queria entender o mercado por conta própria, ganhar confiança técnica, aprender com outros contextos. Só depois, com consciência, é que decidi voltar e construir minha jornada dentro da empresa da minha família.”
A declaração é apenas uma das camadas que revelam como ela rompeu padrões e assumiu, com consistência e escuta ativa, o comando de uma empresa com mais de 2.300 colaboradores.
Uma sucessão com método e transparência
O processo de sucessão na Agricopel foi planejado com rigor, com critérios objetivos, avaliação de competências e participação do conselho. Executivos externos também foram considerados, reforçando o compromisso da família com a meritocracia e a profissionalização da gestão.
Esse cuidado na transição foi essencial para garantir continuidade, engajamento interno e credibilidade diante do mercado. Ao ser escolhida, Ana já contava com respaldo técnico e institucional — e, acima de tudo, com a confiança da equipe.
“As pessoas não seguem cargos, seguem exemplos”, costuma dizer, refletindo o tom da cultura que ajudou a consolidar.
Escutar para liderar
A principal marca da liderança de Ana Clara é a escuta. Para ela, decisões não nascem de impulsos, mas de um processo consistente de diálogo com quem está na linha de frente. Na Agricopel, ela promove reuniões abertas, valoriza a opinião de líderes intermediários e estimula a criação de canais permanentes de comunicação entre os diferentes níveis da empresa.
Essa postura já mostra resultados tangíveis: aumento na retenção de talentos, melhoria nos indicadores de clima organizacional e surgimento de novas lideranças internas. A aposta na escuta como ferramenta de estratégia tem sido uma das grandes inovações da gestão atual da empresa.
Planejamento para o futuro
Além de liderar o dia a dia da operação, Ana Clara tem foco no legado. Um dos seus principais projetos é a formação de novas lideranças e a estruturação de uma governança capaz de sustentar o crescimento da Agricopel no longo prazo. Já foram criados programas internos de sucessão, grupos de inovação e ações voltadas à cultura organizacional.
Ela também reforçou áreas como compliance, sustentabilidade e relações institucionais, preparando a empresa para desafios que vão além do operacional. Sua visão de futuro não se limita à expansão — envolve a criação de um ecossistema empresarial mais ético, diverso e conectado com as demandas do presente.
Quer ouvir o episódio completo do podcast? Dê o play abaixo:
Como isso impacta sua vida?
Lideranças como a de Ana Clara F. Chiodini ajudam a redefinir o papel das empresas na sociedade. Ela mostra que é possível conduzir negócios com empatia, estratégia e responsabilidade social. Para Jaraguá do Sul, isso significa mais empregos qualificados, cultura empresarial fortalecida e um exemplo inspirador para outros negócios.
Gabriela Bubniak
Jaraguaense de alma inquieta e jornalista apaixonada por contar boas histórias. Tenho fascínio por livros, música e viagens, mas o que me move é viver a energia de um bom futsal na Arena e explorar o que há de melhor na nossa terrinha.