Produção de marreco recheado em cidade de SC dispara com Oktoberfest
Demanda pelo produto aumenta no período das festas de outubro. Foto: Divulgação
Com a proximidade da Oktoberfest em Blumenau, a demanda por marreco recheado cresce de forma acelerada, movimentando a economia regional e reforçando tradições gastronômicas no Vale do Itajaí.
A cada ano, quando os primeiros ventos de outubro anunciam a chegada da maior festa alemã das Américas, a produção de marreco recheado artesanal entra em ritmo acelerado em Santa Catarina. Em Brusque, a tradicional empresa Kiave Alimentos já se prepara para dobrar sua capacidade de produção, atendendo ao aumento expressivo da demanda gerado pela Oktoberfest de Blumenau e por eventos paralelos em toda a região.
Fundada em 1992, a Kiave se consolidou como referência estadual na fabricação artesanal do prato típico germânico, mantendo viva uma receita que atravessa gerações. Reconhecida pelo cuidado com os ingredientes e pelo sabor autêntico, a empresa familiar projeta ultrapassar a marca de 20 mil marrecos recheados por mês durante o período que antecede a Oktoberfest — o dobro da produção habitual de 10 mil unidades.
Marreco recheado impulsiona empregos e movimenta a cadeia produtiva local
Apesar da alta na produção, a estrutura da empresa permanece enxuta: são 25 colaboradores fixos, que atuam em um sistema logístico afinado para garantir o atendimento à crescente procura sem comprometer a qualidade do produto. A estratégia adotada permite que o time atenda não apenas aos pedidos sazonais da Oktoberfest, mas também mantenha o abastecimento de empórios, mercados e restaurantes que oferecem o marreco recheado ao longo de todo o ano.
Além de abastecer cidades do Vale do Itajaí e outras regiões catarinenses, a iguaria carrega o Selo Arte – Artesanal do Brasil, que permite a comercialização interestadual do produto. Com isso, o marreco recheado da Kiave ultrapassa as fronteiras de Santa Catarina, conquistando novos mercados em diferentes estados do país.

Planejamento antecipado garante marreco na mesa durante a festa
O ciclo de produção do marreco recheado exige um planejamento minucioso. Segundo a empresária Daiane Vailati, que lidera a empresa ao lado da nova geração da família, o processo tem início meses antes da Oktoberfest:
Conteúdos em alta
“As aves alojadas nos aviários em julho vão ser servidas na festa de outubro. Em maio e junho precisamos programar o aumento nos alojamentos, pois leva 28 dias para nascer os marrequinhos, depois são 56 dias para engordar e então o abate. Eles vêm de uma granja de Massaranduba e chegam com um dia de vida.”
Esse cronograma exige não apenas organização, mas também investimento em infraestrutura para garantir o armazenamento adequado, já que o produto é livre de conservantes e precisa chegar fresco ao consumidor final.
Tradição, sabor e legado familiar
A história da Kiave começou com uma ideia simples e saborosa. O fundador Paulo Armando Vailati viu no marreco uma oportunidade de negócio, e sua esposa, Maria P. Vailati, deu um toque especial à produção ao recheá-lo com uma receita de família — uma herança da culinária germânica que se tornou o grande diferencial da marca.
Hoje, a terceira geração já atua no negócio. Daiane, formada em design de interiores, assumiu a liderança da empresa com foco em planejamento, qualidade e expansão. Seu filho, de 21 anos, participa ativamente no controle de qualidade dos produtos que chegam às mesas dos consumidores.
Com ingredientes selecionados, produção artesanal e atenção aos detalhes, a receita da Kiave conquistou o paladar de quem busca tradição, autenticidade e qualidade. O marreco recheado se transformou em símbolo cultural do Sul do Brasil, e hoje representa não apenas um prato típico, mas uma verdadeira expressão da identidade regional.

A Oktoberfest amplia consumo além dos limites da Vila Germânica
Embora a Oktoberfest de Blumenau seja o ponto alto do calendário, o consumo de marreco recheado não se restringe ao parque Vila Germânica. Conforme explica Daiane Vailati, a procura também cresce em restaurantes da região, eventos corporativos, festas privadas e confraternizações em cidades vizinhas como Gaspar, Indaial e Brusque.
Essa valorização dos sabores típicos locais não apenas reforça o turismo gastronômico, como também fomenta o empreendedorismo familiar e fortalece a cadeia econômica que envolve granjas, abatedouros, transportadoras, pontos de venda e serviços de alimentação.
Como isso impacta sua vida?
Se você vive no Vale do Itajaí, especialmente nas cidades que respiram cultura germânica como Blumenau, Brusque ou Gaspar, o crescimento da demanda por marreco recheado durante a Oktoberfest significa mais oportunidades de emprego, movimentação na economia local e valorização de produtos feitos com identidade regional. Ao consumir esse prato típico, você não apenas aprecia um sabor tradicional, mas também apoia pequenos produtores e fortalece a cultura da nossa região.
Marcio Martins
Profissional da comunicação desde 1992, com experiência nos principais meios de Santa Catarina e no poder público. Observador, contador e protagonista de histórias, conheço Jaraguá do Sul como a palma da mão