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Menina de 8 anos empreende e vende pulseiras para construir parquinho em escola: ‘Realizei o meu sonho e o de muitas crianças’

Ana Laura Petenucci sentiu falta de um espaço para recreação na hora do intervalo das aulas; a família e amigos se uniram para transformar o projeto uma realidade.

19/10/2022

Com apenas oito anos, Ana Laura Petenucci, moradora de Loanda, no noroeste do Paraná, empreendeu. Passou a vender pulseiras feitas de miçangas para construir um parquinho na escola onde estuda.

A ideia empreendedora veio depois de uma necessidade típica de crianças: espaço com brinquedos para a diversão no intervalo das aulas.

Em entrevista ao g1, Ana Laura se mostrou tímida para explicar o projeto, mas, com poucas palavras, conseguiu expressar o amor pela realização do sonho.

“Estou muito Feliz. Realizei o meu sonho e também o de muitas crianças”, comenta

 

Como tudo começou

Tudo começou durante uma conversa com os pais – ambos empresários na cidade. Ana Laura, perguntou do porquê não ter parquinho na escola. “Lá tem muito espaço para construir. Vamos pedir para o avô fazer?”

“Fiquei surpresa com a ideia dela. Em um certo momento eu não estava acreditando que daria certo, mas ela foi persistente e justificou os motivos de como pretendia realizar o sonho de várias crianças”, lembrou a mãe da Ana, Amanda Pettenuci.

 

A mãe, empolgada com a sugestão da Ana Laura, explicou que era preciso juntar dinheiro para comprar os materiais e, depois, construir. Desde o início, ela ponderou para a filha que não seria uma tarefa fácil.

Apesar da pouca idade, Ana Laura enxergou uma oportunidade para ir além do tempo. Sempre muito vaidosa, confecciona acessórios para o uso pessoal. A ideia de arrecadar dinheiro partiu deste ponto.

“Ela me chamou e perguntou: ‘mãe, já sei, você pode me ajudar a fazer pulseiras e acessórios de miçangas?’. Eu disse que poderia ajudar, já que ela tinha um objetivo”, completa a mãe.

Com o plano em andamento, Ana Laura buscou na internet inspiração de tipos de parquinhos para ser instalado na escola. Com isso, a família procurou ajuda de amigos próximos.

“Em uma noite, nos reunimos aqui em casa com amigos que têm marcenaria na cidade para pedir sugestão e por onde deveríamos começar”, explica Amanda. No encontro, Ana Laura realizou a sua primeira venda de miçangas para os amigos.

A construção

Alguns empresários souberam da iniciativa da menina e resolveram ajudar com os materiais ofertados com preços mais baixos, além da doação do assento dos balanços.

Com a ajuda de recursos e mão de obra, a família e amigos se voluntariaram para iniciar a construção. O custo total foi de R$1.800,00.

“Juntando os itens e a força dos voluntários, em agosto, começamos a construção. Hoje, o parquinho está pronto e ficamos muito felizes com a ação”, comemora Amanda.

O espaço, que estava vazio, ganhou forma com os novos brinquedos que garantem a diversão de centenas de crianças.

Na escola, foram instalados três balanços e duas gangorras.

“Sempre falei para a Ana Laura que para transformarmos o mundo para melhor, só precisamos ter a iniciativa sem esperar nada em troca”, relembra a mãe.

Ampliação do parquinho

A partir da visão de que é preciso garantir estrutura física para que os alunos tenham um ambiente propício à aprendizagem, Ana Laura provou que é possível construir brinquedos para com pouco.

Agora, a direção da Escola Municipal Alvehi Alves de Assis está com novos planos para ampliação do espaço.

“O olhar dela incentivou a ampliar o espaço lúdico dos mais de 320 alunos que nós atendemos na escola. Isso mostra a expertise e a preocupação com o próximo. Agora, vamos construir novos brinquedos para os alunos”, explica a diretora da escola, Michely Colnago.

 

Educação transformadora

Orgulho da família, Ana Laura sempre aprendeu com os pais que é preciso doar amor ao próximo.

“Sempre falamos para ela e para os irmãos dela que é preciso compartilhar amor com pessoas com quem vivemos para termos o retorno de algo bom em nossas vidas. Acredito que o envolvimento na ação de voluntário tenha ajudado ela a compreender isso”, comenta Amanda.

 

A família participa de um grupo de voluntários na cidade arrecadando doações para serem distribuídas às crianças carentes de Loanda, ribeirinhos de Calama (RO), Paraguay e em Moçambique, na África . O maior incentivo dos pais começou a partir dessa ação.

Via G1
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