Nasa confirma novo objeto interestelar cruzando a Terra; entenda o que é

Foto: Freepik
Na madrugada de 1º de julho de 2025, o telescópio ATLAS instalado em Rio Hurtado, no Chile, enviou um alerta que logo mobilizou astrônomos do mundo inteiro. A imagem revelava um objeto interestelar – agora batizado de 3I/ATLAS – vindo da direção da constelação de Sagitário e avançando pelo Sistema Solar em trajetória hiperbólica, ou seja, rápida demais para ficar preso à gravidade do Sol.
É apenas o terceiro corpo desse tipo já detectado pela Nasa, depois do asteroide ‘Oumuamua (2017) e do cometa 2I/Borisov (2019).
Objeto interestelar observado pela Nasa: tamanho, velocidade e composição
Estimativas preliminares indicam que o núcleo gelado do 3I/ATLAS mede cerca de 20 quilômetros de diâmetro – cinco vezes maior que o de 2I/Borisov – e se desloca a mais de 60 km por segundo. Sua coma esverdeada e brilhante sugere predominância de gelo, poeira e moléculas ricas em carbono, material precioso para quem estuda a formação de outros sistemas planetários.
Rede global de telescópios de olho no cometa
Além do ATLAS chileno, dados anteriores foram recuperados de outros três telescópios da mesma rede no Havaí e na África do Sul, bem como do Zwicky Transient Facility, no Observatório Palomar (Califórnia). Os registros retroativos mostram que o cometa já aparecia em exposições de 14 de junho, reforçando a confiança nos cálculos orbitais.
Sem ameaça à Terra – e ótima oportunidade científica
Os modelos de trajetória apontam que o 3I/ATLAS não chegará a menos de 240 milhões de quilômetros do nosso planeta. O ponto mais próximo do Sol ocorrerá em 30 de outubro, pouco dentro da órbita de Marte, e o objeto deve desaparecer temporariamente atrás da nossa estrela em dezembro, voltando a ser observado no início de 2026.
Por que descobrir um objeto interestelar é tão importante?
Corpos vindos de outros sistemas estelares carregam material primitivo que nunca foi processado pela química e pela radiação solar. Estudar esse “mensageiro cósmico” pode revelar pistas sobre como planetas e cometas se formam em torno de estrelas diferentes da nossa. Além disso, cada novo achado ajuda a refinar a estatística de quantos objetos errantes cruzam o espaço entre as estrelas — informação crucial para missões futuras que queiram, por exemplo, enviar sondas a esses visitantes.
Como observar o 3I/ATLAS nos próximos meses
Enquanto avança rumo ao Sol, o cometa deverá ficar progressivamente mais brilhante até setembro. Quem possui telescópios de médio porte e céus escuros pode tentar localizar o visitante perto da órbita de Júpiter, onde ele se encontra neste início de julho. Plataformas como o Virtual Telescope Project mantêm transmissões ao vivo e atualizações em tempo real para ajudar tanto profissionais quanto amadores a acompanhar o espetáculo.