O que os brasileiros podem aprender com os japoneses?
O que podemos assimilar com os vencedores?

O dia 19 de janeiro de 2024 ficou marcado pelo lançamento do robô não tripulado do Japão à Lua.
A alunissagem foi precisa e com isso o “País do Sol Nascente” é a quinta nação do mundo a realizar esse feito, depois dos Estados Unidos, da antiga União Soviética, China e Índia. A missão histórica alcançada pela Agência Espacial Japonesa foi também a primeira tentativa em lançar o módulo. Vale lembrar que o Japão e os Estados Unidos são sócios no projeto Artemis, com o intuito da volta do homem à Lua, ainda sem data definida.
O mais surpreendente é que esse feito científico aconteceu cerca de três semanas após o terremoto que devastou a província de Ishinawa, na área central do Japão. Segundo informações divulgadas pelo NHK World – Japan, até domingo (21) resultou em 232 mortes confirmadas, 22 desaparecidos e mais de 100 casos de doenças infecciosas entre os que foram deslocados para abrigos sem água corrente, ou alimentação insuficiente. Some-se a isso o inverno rigoroso e as chuvas, que estão dificultando a recuperação dos que sobreviveram à tragédia. Em 2011 um outro terremoto desencadeou um tsunami, com 15.884 mortes, 6.147 feridos e 2.636 desaparecidos.
Porém, os que acompanham a História desse país asiático sabem que tenacidade e resiliência fazem parte do DNA do povo japonês ao longo dos séculos. Sem dúvida, é uma nação essencialmente e literalmente guerreira. Alguém aí lembrou dos lendários samurais? E da controversa ocupação do Japão na Coréia, de 1910 e 1945?
Por sinal, foi em 1945, mais precisamente nos dias 6 e 9 de agosto, que o então Império do Japão teve as cidades de Hiroshima e Nagasaki atingidas por bombas atômicas, causando a morte de aproximadamente 166 mil e 80 mil pessoas, respectivamente, no primeiro dia. Isso sem contar nos que morreram nos meses seguintes por conta da radiação. E você sabia que sobreviventes de Nagasaki imigraram para Frei Rogério, onde está localizada a colônia japonesa de Santa Catarina? É lá que acontece a famosa Sakura Matsuri (Festa da Cerejeira), festividade que divulga e enaltece a riquíssima cultura nipônica.
A catástrofe com o fim da Guerra no Pacífico e do Japão Imperial não foram suficientes para acabar com o país. Mesmo com tanto sofrimento, mais uma vez a capacidade de recuperação do Japão pode ser comprovada, tanto que se transformou em uma potência industrial e está entre os chamados “tigres asiáticos”. É lá que o passado tradicional e o presente tecnológico convivem lado a lado.

Como pode ver, caro leitor, não faltam acontecimentos envolvendo guerras, ou relacionados ao meio ambiente, no histórico do Japão. Você, como eu, também acredita que o Japão vai se reerguer de mais essa provação?
Agora, vamos voltar no tempo, mais precisamente em 1908, quando o navio Kasato-Maru desembarcou a primeira leva de imigrantes japoneses, no porto de Santos. De lá para cá, muitos outras levas chegaram e se espalharam principalmente pelo Sudeste e Sul do Brasil, ao mesmo tempo em que muitos descendentes foram trabalhar na poderosa e diversificada indústria japonesa.
Alguns devem estar se perguntando do porquê da escolha do título “O que os brasileiros podem aprender com os japoneses?”. A resposta é simples e complexa ao mesmo tempo. Podemos enumerar diversas razões que os japoneses têm a nos ensinar que vão muito além do mangá, das manifestações artístico-culturais, da espiritualidade e da deliciosa culinária. Não é por acaso que as tradições milenares do Japão despertam tanto fascínio, no Brasil e no restante do planeta. Um bom exemplo disso é o bairro da Liberdade, em São Paulo, onde a cultura nipo-brasileira em é encontrada em cada canto!
Qualidades como honradez, senso apurado de organização, senso de dever, dedicação e empenho ao trabalho, paciência e resiliência em situações adversas estão entre os destaques. Educação, gentileza, respeito aos mais velhos, atuação discreta e senso de comunidade completam a lista de características que, de maneira geral, representam a essência do povo japonês.
E você, concorda que os brasileiros têm muito a aprender com os japoneses?
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Sônia Pillon
Sônia Pillon é jornalista e escritora, formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Integra a AJEB Santa Catarina. Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.